domingo, 26 de abril de 2009

Pontas quebradas


Falso herói com uma garrafa de whisky ao lado...
debatendo-se com a idade e celebrando
a sua fraca memoria vazia...

Sou sensível , sou fraco...
sou pele e osso , sou carne...

Sem alimento...estou branco
e vou-me desvanecendo do meu corpo
numa fraca e invisível luz

Enjoa...

Sou a crise que desfaz as recordações
e terríveis pensamentos...
acido e quente estômago
coração submerso de dor
gelo escondido , derretido nas veias dos meus pulsos...

Estou gasto , sou podre...

Desço pelo elevador do inferno...
eu não pedi a vida que tenho...ou aquilo que sou
mas sei que me transformei na merda que cago

Cobarde , parasita com sentimento
expulsa sensações num olhar esgotado...
correndo parado nos mesmos sítios
ando de forma estranha
nas palmas das minhas mãos queimadas de solidão

Cruel sentir , cruel partir...

Anos de loucura sufocantes em dias de calor
secos pelo sal vindos da brisa do mar
partem-se folhas secas...castanhas
quebradiças mas sem nada sentir...

Gestos
Veias
Alucinações

ACORDEM !...é o nascer duma nova noite...
curada pelas cicatrizes da alma...

Cabelos agitados , corpos quebrados...

A terra num só movimento....a vida numa só ponta.

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