terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Textos



Alguns Textos da minha autoria

Abismos


Margens dum rio , correm perigos de súbita morte nos lagos sagrados…
Pequeno paladar na fresca noite adormecida de sentimentos , sons agradáveis na minha mente como um corpo a deambular na floresta…

Procuras e respostas… , abismos e passos da vida num ponto mais alto , são os caminhos dos parapeitos da imaginação e defeitos na visão distorcida da verdade.

Brisa suave nos teus cabelos agitados ao descer o vale na neblina intensa num repouso de morte…todas as pedras em volta têm pontas afiadas , onde tocas com as mãos nos momentos de solidão.

A vida na ponta da vela prestes a ser apagada…continua a viver mas a alma esta a morrer…

Mistura solúvel da vida , veneno do teu corpo onde sentes a tua respiração doente no teu olhar ardente , fogo e gelo onde é fácil atingir a tua perca demente.

A rotina do dia na noite vigilante , sol e lua no brilho inconsciente sem estrelas nem céu…

Coração sem dor nem calor , apenas um pouco do teu amor...

Toque Suave

Queria poder-te tocar…
A chuva cai suavemente , sempre podes ouvir o bater da solidão…
Pedaços das sombras que envolvem horizontes de terras longínquas…
Será possível enganar-me na mentira silenciosa da alma…?

Perco-me numa vasta corrente de algemas , chaves que se soltam do coração…
Todo o momento é perto de ilusão , apenas afastas a minha vida , preciso dum pouco da tua mão suave ao toque da emoção , perguntas e respostas sobre a paixão…

Piso o chão molhado , nas frestas brilham raios que ecoam na mente , a procura recente da tua ternura ausente…
perdi-me mais uma vez , labirintos…muros de erva curvam-se no olhar…caminhos de pedra , jardins , pântanos de angustia de maldade ferida procuram tormentos numa noite esquecida…

penetrante lua esquecida do sentimento perdido , casa do lago onde as almas se cruzam no infinito ser da saudade…deitado no chão conto as estrelas , céu imaculado no vermelho dos desejos...

toques ardentes serão apenas sentimentos , de toda a vida no pensamento que nos guia rumo ao vento
sem dor nem tormento…


Suave Riso da saudade

Procuro um pouco da tua distancia…
Na minha mente consigo ver a tua face
Gotas de chuva que envolvem-se de amor
E escorregam nas paredes frias de dor e perda…

Corremos para a colina , as árvores gritam…
Agita-se o vento…
corremos pelas veias da alma dos palcos da vida , cantos esquecidos na rua…
Eu ando sozinho , o olhar permanece na visão da calçada…

Pálido envelhecido sussurrar , visões , face húmida e branca…
Corredores , portas , estreito cintilar numa cama , sento-me a pensar…

Estado de vigília , respiração fraca…

Volto a caminhar , morte nas janelas duma casa sem pintura…
Ruas de amargura por onde passas-te sem alcançar-te…

Acordo de manhã , tudo é incerto , nada pode negar a minha dor…
Perco-me por entre cabelos ardentes , nas minhas ilusões dementes , fins dos tempos nos caminhos da estrada , quente asfalto de amor adormecido…
Será a noite a tua companheira , velas desgastadas do tempo que por mim foi esquecido…

Ao voltar ao mundo vejo a morte a cada sinal , existem estradas que passam , mas nenhuma nos afasta…criem um sonho , transformei-o em realidade , agora só me resta dizer…

Adeus suave riso da saudade , amei-te…

Entre o céu e a lua

Entre o céu e a lua , entre o abismo e a perda
Floresta perdida de sentimentos , as folhas que escolhem o teu caminho…
Pequena vegetação sobre pedras sagradas , a brisa do vento que te envolve no corpo…

Deitada no chão permaneces imóvel , ouvindo apenas o cantar do coração
Fechas os olhos por instantes , apenas sentes o medo como gratidão…

Abres novamente os olhos , mas apenas uma lágrima revela a tua emoção
Por momentos perguntas ao vento se precisas um pouco de solidão…
O vento responde , não tenhas medo eu estou aqui ! , sou apenas uma visão…
Que mesmo que não vejas , protejo-te na escuridão…

Com apenas alguma força , caminhas novamente sobre folhas secas…
Elas sentem os teus pés como gritos duma alma presa , silenciosa…
Agora na margem dum rio , transparece o reflexo do teu olhar
O caminho para trás desapareceu sobre o sonho do teu andar…

As Estrelas não brilham , mas o corpo permanece cintilante…

Sentes a força do teu pensar , num luar amado que te guia…
Rendes-te nas tuas sedas , apenas o corpo tremia…
Toda a imensidão duma vida que por ti sorria

De costas voltadas para o mundo apenas um dia por ti morria…


Sonho e realidade

As velas iluminam o céu e sua escuridão

Entre pedras antigas que abrem portas ao coração
Negro de dor , perdido na esperança realista da verdade
Almas presas nas paisagens agrestes da solidão
Olhas a janela , procuras o abrigo do teu interior
Saudades esquecidas nos tempos de gloria…

Cheiros que pairam sobre ti , ventos que sopram

Perdas e vitorias da vida sufocada de dor e tormento
O corpo esta fraco seguras pedaços do teu olhar
Lágrimas pretas escorrem pelo teu rosto , olhar incerto
Passos esgotados das lutas e batalhas sofridas…

Procuras a luz , brisas suaves , esqueces o passado
Olhas em frente e caminhas por entre terras frias
Voltas para casa , permaneces sentada ao lume
Buscas o sonho a verdade , atrás de portas
Elas abrem-se e fecham-se como o coração…

Ele é o teu sonho , o teu ódio , a realidade , eu sou a verdade conta-me mentiras…

Depressão

Merda das noites que não consigo dormir
Merda de me sentir um velho de 70 anos
Merda para a pressão intensa no meu corpo
Merda dos dias que parecem todos iguais
Merda para cada lugar que vou as fobias invadem-me
Merda quando fico branco e pálido sem saber porque
Merda dos minutos que não passam

Merda para quando acordo me sinto uma merda
Merda já não sei aonde me agarrar
Merda para os cigarros que fumo
Merda para os sonhos que tenho sem sentido
Merda para pressão constante do pensamento
Merda de estar sempre na mesma
Merda de corpo que não actua
Merda já não sei que idade tenho
Merda das ansiedades
Merda da falta de ar
Merda para os comprimidos
Merda de sentimentos

Enfim até a merda que cago esta depressiva...

Pode ser que um dia mande esta lista toda á merda...

A nossa Aldeia

Estou um pouco longe…
Estou noutra terra , tento sentir os seus cheiros
A luz do sol brilha , o ar é puro , a noite é mística…
Toda a imensidão do céu é diferente , conseguem-se ver as estrelas…

Sinto alguma paz , olho por entre vegetações , olho para horizontes…
Pode-se ver montes e árvores que se erguem , penetrando em mim…o sentimento de saudade , gostava apenas de sentir um pouco mais do seu sabor…

Percorro a casa em seu redor , objectos antigos , algumas teias de aranha , quadros envelhecidos , escadaria…paro , olho e vejo uma casa junto a um lago…

Faz-me despertar uma vida que sonho ter…

Parece ridículo mas adorava casar , viver numa terra distante , longe da cidade , dos estereótipos desta vida que para mim não faz sentido , queria fazer amor numa floresta , queria beber agua duma fonte , percorrer uma aldeia , olhar a gentes , tocar num pouco de terra , poder sentir a sua textura , banhar-me dela…

Num inverno poder acender uma lareira , ficar aconchegado a um novo amor…partilhar o melhor que existe de mim…

Estarei longe destes sentimentos? , serão possíveis um dia?

Agora aqui neste meu canto , os sinos duma igreja tocam , e tocaram agora mesmo quando escrevi ! , talvez seja um sinal…talvez possa pedir um desejo.

O desejo da partilha , o desejo do sentimento , o desejo do amor…que volte dentro do meu coração…

Por vezes é nas coisas simples... que estão as respostas mais complexas da vida.

Final da noite

Estou cansado…

Alguém esta presente para aturar um velho?

Quem espreita pelas frestas da vida , quem sente medo?

Sou um tolo , pálido estúpido corpo que não representa a vida…

Sentem-se , vou preparar um pouco de melancolia , pois nem Deus me salva , deixei de ser o seu mensageiro…

Estou farto destes dias tensos , tensão doentia da alma e corpo , farto…porque aguento?

Vidros partidos que piso de sangue que escorrem pelas paredes , figuras loucas de sufoco , quero acordar , quem me pode amar agora...

Deixei de ser sombra , deixei morrer a alma…esta demasiado fraca , pede-me para despertar para novos sentimentos , perdi tudo , já não sei o que gira á minha volta…deixei o pensamento , percorri a ilusão da vida , nada me resta , estou negativo.

Criaturas preparadas para o momento final? , ninguém esta preparado , como pudeste ficar tão tolo , palhaço sorridente que estragou tudo pela palavra amor , morres agora todos os dias , se ao menos aprende-se alguma coisa…

desistes a todo o momento , não vales nada , és objecto da tua mente desfeita , agora paga…

és tudo menos Homem , és tudo menos alma , és tudo menos tu…

toda a estrada tem um final , sempre foi duro , sempre será , aguenta quem é forte , parte quem tem coragem para criar o seu próprio fim…

Luar atento da minha paixão

Luar atento da minha paixão
crescente tempo a sanidade da mente obscura da solidão
pequena peça quebrada na vasta região , loucuras do coração
percorre nas veias o tentar renascer nesta vasta imensidão

aos poucos me liberto , pois queria dar a mão
reflecte-se na agua pura ou será apenas imaginação…

sons que provocam a doce orla na escuridão
por favor não digas que o fim chegou , espero-te nas horas
com toda a minha convicção , que resta da vida , dos sonhos que virão

neste canto atento da loucura , as horas passam em sufoco de ilusão
apenas desperto no meu pensar , montanhas percorrem este véu de tristeza
algures procuras a minha bênção , quero tocar-te de perto Amor…

Janelas fechadas da esperança perdida , lagos e árvores nos trilhos da alma…

Sangue nas veias , choram pela dor que aparece a todo o momento…

Pega as flechas ardentes , lança um grito ao Mundo , espero por ti…

Doce face , arrepiante figura desfeita das cinzas , as lágrimas que sinto por ti…

Quero-te amar-te até ao fim…

Sombra

Vida das sombras , elas envolvem-me
Vida , Homem sombra que sou , crédulo de ignorância
Pedaços duma vida sufocada pela doença da alma
Pequenas partes de mim percorrem por entre espaços vazios

Relaxo , tenho a vida para viver , mas desconheço o seu significado
As arestas da mente precisam ser trabalhadas , polidas por dentro e por fora
Olho as árvores , olho para os horizontes que mudam as suas verticalidades
Translúcido amargo pensar da inocência perdida nos tempos de guerra.

Forças que trespassam o peito que revela as lágrimas do meu coração
Sentido da vida , sentido do dia , noites confusas , sonhos desfeitos
Levanto-me sem presa de viver , apenas quero sentir o cheiro da madrugada
A sombra do meu corpo é a visão mais perfeita do meu ser
Que por entre contornos perfeitos , desmascara a tentação da carne , sombra…
Essa sombra das duvidas do passado , sombra do eterno presente…

Colho presas , tento sugar as suas almas , tento esquecer , tento sobreviver até a alma morrer , acorda agora para o Mundo , gira nas suas mentiras , alegrias e ansiedade…

Agora diz-me Sombra , o destino existe…?

Sangue derramado

Sangue derramado , olhar penetrante da paixão , Suave brisa de acolhimento sobre gotas de ternura , bela princesa , olhares de mel , sentimentos os toques na tua pele.
Cai a noite no céu de estrelas brilhantes de cores cintilantes ,amor duma vida , dor , sofrimento no teu coração pelos caminhos trilhados da minha solidão , prendem-se na alma paladares , sabores , eterna viagem nos sentidos da estrada.
Ardem chamas na escuridão na vasta corrente dos meus passos , entrei na imensidão latejante do meu pensar , as árvores começam a chorar atento aos sinais que me fazem mover em direcção a ti...nesta vida que quero dar , sangue , alma , amor.
Preciso do brilho da noite e da escuridão do dia , abraçar-te...a vergonha de ter perdido , perdi a tua face oculta da maldade esforço do corpo que mente-se a cada lugar que vou agora quero ver-te chegar a mim em mantos de tristeza ver-te amar , ver-te lutar , ver-te sorrir , ver-te chorar.
A tua dor torna-se a minha dor , o teu corpo que se prende nas ruas que percorres , nas palavras que te envolves vou-te amar-te até ao final , eternamente doença da alma , não desisto de ti…

Vela iluminada

Pequena vela iluminada no meu caminho
Pequeno torturar da mente , procuro por ti amor
Ainda te sinto , não me sais do pensamento
Gostava de sentir o que sentes no corpo e alma

Preciso de ti , sinto-me confuso
Apenas a solidão toma conta de mim neste véu de tristeza
Quero puder tocar-te , exprimir sentimentos antigos
Livrar-me deste corpo angustiado da dor sentida

Liberta-me , aparece ao mundo para que veja
Mesmos nas noites sombrias de ansiedade
Nos dias sentidos de saudade
Cruel amor que ficou preso de sanidade

O corpo já não é arte , a alma já não é pecado
Foram cheiros , distancia , brilhares nas frias manhãs
Eram desejos de vaidade , cantares no olhar da tua janela
Beijos esquecidos , sentimentos perdidos , quero-te na minha vida

Amor foi , amor chega , amor vai , amor volta…

Beijo final


Visão , horizontes , ventos que sopram
Cabelos que movimentam-se sobre olhos ardentes
Viagens , mundos , pedras rolantes no meu caminho
São como trilhos de amarguras…como sentimentos sonantes
Perdas e esperanças…canções de fogo , Calor e amantes…

Crueldade dos teus lábios doces de amargo
Beleza pura da sombra do meu passado
Sabores percorrem no nosso corpo
Encadeado por dois sentidos ignorantes

Foge , esconde-te atrás da tua sombra
As árvores festejam pelo luar duma noite brilhante
Olhos de diamante de castanho dourado
A mente torturada , alma acorrentada

A lágrima escorre pelo meu olhar
Cansado me sento a chorar…
Quero-te amar , não chores , só te quero ver chegar…

Pálida dor , pálido andar , assim tento caminhar
Frio da manhã , fogueiras erguem o nascer do dia
Brilhante é a chama que me faz levitar
Toda esta vida que pretendes continuar

Esperava por ti neste meu sussurrar
Pele mascarada de branco , não queres acordar…
Eram gritos na fria manhã , perco por não me levantar
A minha angustia tenta soltar , fujo para a rua , o cheiro do ar…

A cozinha era bela , nela tento procurar…
Peço-te que me tentes respeitar
Respiração , pensar doente , mente distante
Procuro no teu olhar que tentes alcançar

Despeço-me de ti…a estrada espera por mim , um adeus rápido , o beijo final…

Mais um dia

É mais um dia de calor , a minha mente acorda para um novo dia…
Não sei se vou conseguir aguentar o tormento infernal de mais uma horas que virão , levanto-me o corpo novamente mente-se , pouco actua , cansativo e vazio.
Parto para rua , percorro a estrada ardente , a minha visão fica turva , os carros andam em velocidade alucinante , pessoas , locais , imensidão de gente neste palco da vida ,
eles não passam de criaturas em miniatura sobre os olhares de Deuses do céu.

O meu olhar permanece atento á visão duma mulher de mente disfuncional.
Levanta-se , olha em redor , não sei o que procura ! , ela sussurra por entre as suas palavras , talvez esteja louca , vejo que a sua sanidade mental é diferente de gentes normais…o seu ar é triste , não tem beleza , mas sinto a sua semelhança em mim , estarei louco também ?

Por vezes preferia um sanatório que o mundo exterior…

Tudo são mentes sob pressão , crianças que brincam num recreio sobre chão de sombra , barulhos que ecoam na minha cabeça , quero tanto voltar para o aconchego do lar…continuem a brincar crianças num dia de verão…

Ao chegar ao meu destino , encontro um animal , um cavalo branco de olhar castanho e tão belo…paro o carro e aproximo-me…ele sente a minha presença porém desconfiado , tento tocar no seu pelo , enquanto ele lança um som sobre a minha presença.
Queria tanto ter tua paz criatura que comes a erva da vida…assim me despeço… obrigado pela tua companhia gentil criatura , és mais importante que toda a humanidade.

Agora gostava de sentir um pouco a noite , o tempo custa tanto a passar , o dia , minutos e horas…irei entrar novamente pelo abismo , vazio acompanhado do meu corpo perdido , não tenho controle , a mente bloqueia , as pernas enfraquecem…estou mal de novo.

Passado uns minutos recupero , talvez um pouco de esperança e luz de voltar a adormecer este corpo estranho…o dia passou a noite chegou , agora espero que o dia seguinte seja um pouco melhor , parece tudo tão igual e banal…encontro-me perdido no tempo , quando irei novamente sentir os cheiros , sabores , uma alma nova…?

Amor ilusório

Aquela mulher arrasto-me para o abismo , agora o meu pensar prendeu-se no seu pensar…continuo a balançar pelos seus cabelos vadios.
O amor se transforma em ódio…os espelhos estão reflectidos no seu olhar , pois um dia terá a sua perda de amar…

Não quero saber , não quero sentir , destruição é palavra que procuro na sua dor , eu senti-me mal , fizeste-me mal , agora espero que sofras dentro de mim…

Não se escrevem palavras que nos fazem acreditar , toda a verdade dum sonho que poderia ter sido realidade…não prometas se não podes cumprir , agora perde tudo , o mal que te desejo é a dobrar pelo mal em que me deixas-te…pobre Bruxa de pele mascarada de branco…mentirosa , mentes com todos os dentes que tratas…não vales a pena , o sofrimento que senti por ti…

Escuta agora som do fim , vento que leva pensares distantes do meu coração…
Agora sem que não preciso de ti…as cinzas foram desfeitas , queimem todas as minhas memorias , sentimento que por fim desaparece sobre o teu novo amor…

Nem todos levas com os teus suaves passos de lobo disfarçado de cordeiro…eras malvada , bruxa…mas gostei de ti… , mas agora esqueço , renasço , tu serás o alimento do meu fogo , continua no teu caminho o meu não esta traçado…mudei o destino por ti , mudarei tudo de novo quando e onde quiser…mas tu não , serás sempre prisioneira de ti própria.

Agora estou por minha conta…Adeus suave amargo amor ilusório…ah ah ah !

Agora que a noite se pós


Agora que noite se pôs, procura a inspiração atenta do corpo e alma, nada se sente apenas um desvanecimento de pensamento ilusório.
Procuro por entre palavras exprimir o que se sente, apenas a noite é mais uma companhia dum dia cansado de olhar atormentado, apenas uma visão pouco crente da realidade divinatória.

O tempo não existe, pouco passa, suão, quente como o inferno que me persegue nos caminhos da estrada…nem o mar tem valor, nem a agua cura ou purifica, nem o ar nem vento se faz soprar no meu profundo interior discreto…

Ao passar o cemitério, a luz na se faz sentir, apenas 4 rodas perseguem o caminho, enquanto o meu olhar permanece atento na visão dos mortos, medos crescem, carros passam, pessoas vagueiam pela estrada e eu apenas olho em frente…como posso sentir tão vivos aqueles que já morreram? Enquanto os que cá estão não passam de Zombies palhaços.

Agora já noite, o dia não tem valor, dá-me um pouco de alma, um pouco de sangue, um pouco de escrita ardente…ah ah ah , agora eles estão a renascer de novo , agora os pássaros se escondem entre as árvores , agora as luzes sentem porque a noite assim obriga…

A lua aparece…quero a tua força , quero o teu pensar…tristeza que sinto numa espécie de contentamento.

Não percebo os homens, apenas os animais…um gato que me acompanha a cada escada que desço, um lagarto que ficou seco mas intacto, aquele que peguei com jeito como recordação da sua existência…serei estúpido? Não percas tempo a analisar-me amigo das trevas…apenas tu és o alimento da minha existência…

Por momentos paro , cada pausa, cada toxidade no meu organismo…ah ah ah, ainda te sentes vivo ? então continua escravo do teu próprio corpo , a noite ainda é longa…

Sabores esquisitos , paladares estranhos vagueiam na minha boca , preciso sentir , agarrar algo purificado do meu corpo queimado , daqui a umas horas é dia , por favor se faça noite ! vagueando pelas ruas , vendo pessoas famintas do desejo duma noite bem dormida…somos apenas criaturas mortais á espera de ser salvas…

Vagueia sonhos , vagueiam gritos , sente-se o vazio em certas horas , chega a hora de levantar a poeira e cheiro da noite brilhante com estrelas ou sem estrelas…não quero acordar só quero durar apenas mais umas horas antes de me deitar…enquanto este sonho durar.

Sonho e pensamento


Grito silencio inquietante…
Olhos maléficos !
Serpente escondida , balançar dormente
Oh doce e cruel Feiticeira do Amor…
Escolhi morrer , escolhi o fim , abandonei a casa da bruxa.
Veneno escondido do teu olhar , não percebes que não existe medo ao tentar…
Estou pálido e doente , o olhar da minha mente se transcende e mente ,
Agora não grito não estou crente estou demente !
Percorre as ruas , percorre o Mundo em pedaços de História
Caminhos sinuosos , Inferno…Cheguei ao portão já não quero descer.
No Tempo perdido…encontra agora uma luz , Negra , Clara , mas uma luz…
Os Sonhos se quebraram , o veneno percorre as veias.
Agora só te resta varrer os pedaços que sobraram, e deixar
Rir a crueldade do sonho e pensamento…

A Bruxa


Olhar incerto da certeza de ser preto, os caminhos que percorro na escuridão da tua alma...
pecado o meu ao tentar me deitar sobre folhas pretas que me fazem levitar , agora a estrada é minha , agora as folhas estão secas ,e desço pelo caminho que subi e encontro novamente a bruxa que tenta queimar o meu olhar… , doce lua cheia onde o meu olhar se cruza com o teu brilho , olho novamente para fora de mim e encontro a tua beleza na minha tristeza.
Os caminhos são cruzados , as portas estão fechadas , mas por entre janelas reflecte-se a antiga pedra flamejante…cores e brilho no meu olhar cansado da vida de tanto lutar , procura agora acreditar na minha incerteza de te querer amar…

Corpo

Corpo , não sei quem és , perdi-me nas tuas medidas…
Corpo , pede-me o desejo da tua vaidade , nega por momentos a tua dor.
Corpo , perdido na tua alma pecadora , na tua fase perdedora em minha mente sonhadora…

Porque não te sinto , porque me guias nas horas mortas , porque comandas sem que te peça… , será apenas o cansaço do dia , será fraqueza da hora , apenas tentar chegar agora nas manhãs frias de outrora…

Tudo é interior , reflecte-se no exterior , pálida angustia , derrota , brilho encantador , pequena vela enfraquecida…são sabores de doença , são pensares de tristeza , é apenas a certeza que revela a tua beleza… , não me peças para negar , não me peças para chorar…

Choro
Choro
Choro

Não sinto
Não sinto
Não sinto

Balanço ao sabor da brisa pesada , andares leves , cabeça pesada , olhar discreto , mente distante…sinto o ridículo , mas não importa…pois quando sentes que a tua alma esta morta…

O destino não é profano , a distancia não tem sentido…onde se encontra a força , onde se encontra a hora…talentos perdidos , a alma se fez mostrar por momentos ! , mas a chuva é negra , o vento é forte , destino ao sorte…sopra por momentos pensamentos dementes , devaneios de sementes , criações doentes , a saúde é frágil o planeta chama por ti , locais , sabores , emoções…te peço agora corpo…ACORDA !

O fim não é agora…

Eu quero sentir


Eu quero sentir,eu quero escrever,mas tenho os sentimentos e emoções demasiado atrofiados dentro de mim,não sei se vou me conseguir expressar da melhor maneira,tudo me custa a sair,tudo se transforma na minha alma criando um vazio difícil de suportar…
Nada é certo,procuro o equilíbrio,só ele me faz saber o que esta certo ou errado na minha vida,na minha existência,mesmo vivendo no meu próprio mundo criado á minha imagem,todos os dias me olho ao espelho,muitas vezes não gosto do que vejo,outras vezes sinto orgulho,mas na maioria das vezes reflicto,olho e vejo um homem,um jovem,um velho ! , e quando a luz do meu olhar se reflecte na minha alma,vejo que sou apenas a sombra do homem que já fui…apenas um pedaço duma total figura da humanidade.
Gostava de voltar aos tempos de criança,nessa altura os sentimentos fluíam naturalmente,doce eterna e inocência de criança…que mesmo sabendo que iria crescer um dia,vivia os dias mais felizes da minha vida,sentia felicidade como se ela nunca mais se fosse acabar,mesmo sentindo a dor do crescimento,uma alma mais pura ajudava e fazia o trabalho de fazer-me viver cada dia intensamente.
Porém hoje tornei-me uma pessoa triste…,não tenho a culpa o mundo assim me transformou,eu apenas completei o seu trabalho,a sua obra…porque é nele que vivo e é por ele que tenho de viver,respirar…sentir…amar…
Sempre vive agarrado ao passado,apaixonei-me mas nunca amei,porque tudo o que o quero na vida é viver cada coisa com o amor que é devido,é difícil ,vivi vários estilos de vida,procurei me identificar com cada um deles, vivi ilusões,criem monstros,criem beldades…mas esqueci-me de mim ! , faltei ao respeito a mim mesmo e agora tento remediar todos os erros que cometi…
Quero voltar a viver,quero começar de novo,nem que tenha de cair e levantar-me de novo,foi sempre este o lema da minha vida.
Procuro ser feliz,não sei ! talvez a tristeza seja o caminho para a felicidade.
Ao longo destes anos perdi-me,deixei de sentir sensações,escondi-me atrás do mundo,ninguém me conhece,ninguém me ama,toda gente me odeia porque o silencio mata aqueles que não são capazes de o respeitar…,vivi a sonhar,os sonhos existem?
Não tenho um sonho decente faz tempo…,eles preenchiam-me a alma,repouso agora no mundo dos mortos mas continuo vivo,e devo respeita-los assim como eles me respeitam a mim,e parto nesta viagem sem olhar para trás porque o mundo esta a arder e não me cabe a mim apaga-lo .
Amo o meu país ,amo a minha gente,amo a minha cultura,não importa se ela é negra,se é triste,se é fria…e criarem sim o meu próprio jardim,as minhas próprias flores,o meu próprio canto,porque chegará o dia em que irem colher os meus frutos de dividi-los com alguém…
Eu quero continuar mas preciso de mim,preciso de ti…

Serás capaz ?


Reflicto sobre o meu estado…
Pareço algo fora de mim , sem sentimento no corpo e alma , a mente bloqueia os sentidos das frases , não sei porque escrevo…
Talvez para tentar interiorizar ou exteriorizar de nada em concreto.
Por vezes não sou dono do meu corpo , por vezes até o sinto , receio não estar no caminho certo , mas que caminho será esse ?

Toda a magia deixou de ser real , agora real é os sintomas duma mente disfuncional e incerta , por vezes o bem outra vezes o mal , passo horas paralisado pelo medo , medo ter medo…

Por vezes avanço , talvez seja a necessidade do instinto de sobrevivência , os lugares já nada me dizem , o corpo se leva por levar , a mente pensa por pensar , não posso por vezes lutar contra , mas luto…

Agarro os pedaços de mim , dum cérebro , e tento puder colocar os puzzles que faltam , não estou louco eu sei disso , apenas desconectado com a realidade.

Olho por vezes ao meu redor , vejo os movimentos que passam pelo meu olhar perdido e triste , sinto-me envergonhado , mas deixo-me estar no meu cantinho apenas um pouco a recuperar aquilo que desconcertei , passam carros , passam pessoas , olho novamente e percebo que sou mais um ser no meio de sons de fundo sem sentido.

Sobre umas escadas estão duas bebidas uma que corrói e outra que purifica , escolho as duas , as duas misturadas se fazem acompanhar apenas por um só corpo…

Recupero aos poucos , olho por vezes para o cair da tarde e sinto que posso melhorar , porque mais um dia passou dando inicio a uma noite que irá ser melhor…mas nunca estou certo porque tudo é imprevisível.

Agora sei que sou real , agora sei que não me sinto , agora sei que estou vivo…

Apenas quero sentir algo diferente , mas tudo depende de mim…SENTIR , VIVER , AMAR , Gostar de mim… Serás capaz !?

Assombro


Ontem senti a Morte…
Ontem Senti o fim…

Sentimento estranho do meu pensar numa rua ao caminhar
tentei Chegar a uma porta, tentei continuar…
mas respiração estava lenta, já não conseguia andar…

sentei-me num passeio, tentei apenas respirar
mas a vontade era tanta que não conseguia pensar
por fim recuperei um bocado, tentei me levantar
corri para uma porta, pois só queria entrar…

Sinto-me ridículo, apetece-me esconder
agora não saio à rua, tenho vergonha do meu ser
percebo então, o quanto a alma é pequena
na minha vida e sofrer, não quero ficar aqui…
tenho medo de morrer.

Não encontro significados, só me quero esconder
por entre terra de saudade, aonde me quero ver
o corpo nega-se, tenho de o fazer entender…
que por detrás do Amor, existe a razão de viver…

Chama----me

A Viagem é longa…todos os sentidos levam-me para estradas de prazer , dor e morte.

Olho para os ponteiros da velocidade e mantenho-me atento aos sinais da sorte… , ela não existe é apenas o destino que acompanha-me.

Percorro no escuro da solidão , a lua não se mostra…preciso da tua companhia pois a minha visão transfigura-se a cada Quilómetro que faço , tenho medo…esperas por mim…?

Preciso dum lugar para esconder-me, uma casa, um lar, preciso de fazer amor para espantar a morte.

Ao entrar em terras de saudade, o frio percorre nas veias geladas, encontrei-te finalmente! Mas a minha alma esta cansada…dizes para esperar, acendo um cigarro, mas a minha alma esta tão vazia…Dizes para entrar…, os teus corredores são frios, as portas estão fechadas… suavemente abri a principal, encontrei-te vestida de preto e vermelho, pedes para te despir peça por peça , primeiro as rendas pretas nas tuas mãos, depois o corpete, de seguida as minhas mãos geladas nos teus seios...em frente à tua fogueira sento-me a pensar…, em toda a luz e aconchego pedes-me para te beijar, mas as chamas estão difíceis de adivinhar toda a minha vida e perda de Amar.

Não peças-me para purificar, deixa meu corpo aqui ficar, pois quando a chama apagar na escuridão vou-te encontrar.
BRUXA MALVADA que me deixas-te na escuridão, escuridão mais negra que a minha própria sombra, é preferível continuar a fogueira acesa do que tentar renascer das CINZAS.....pois nelas vou-me deitar e na tua testa beijar.

ACORDA…o fim é já amanhã, passei a noite toda a olhar por entre frestas do teu quarto ,A fogueira era bela…a chama era forte , mas se apagará se não for alimentada…

Caminhos longínquos

Atravessando o caminho junto a ti , paro e vejo no horizonte o Sol que bate sob o asfalto da vida...
Caminho nos meus passos sob os trilhos da floresta , sinto que amo-te eternamente , devagar e agarrado a ti...não tenho medo.
Ao chegar vejo uma casa antiga e um moinho ainda feitos em pedra sob pedra , a visão é magica...existe um campo no infinito da minha mente , erva fresca e vegetação calma num pequeno lago de agua divinatória do amor que sinto por ti...mas perdi-te.
Sentados no chão olhamos o céu de lágrimas que escorrem no teu rosto , e assim beijo-te sem pensar...pois queria continuar a ser o medo do teu olhar.
Perdidos num lugar no tempo nunca senti um fim...mas na verdade estava longe de acreditar no destino que nos foi traçado.
Não me lembro de voltar , parecia que as nossas almas por ali ficaram presas ou seria apenas a minha que não vi partir...
Nada resta pensar , nada resta chorar...sou apenas um Homem como nunca pensou , que um dia amou mas se enganou.

Reflexão

Mente dispersa , engana-me a cada momento…medos crescentes , mas continuo a andar pelos caminhos que me são impostos , cada curva na visão distante da realidade…

Olhar disperso , os espelhos do reflexo , tudo parece até ser uma agradável viagem nos pontos e cantos mais solitários onde me encontro.

A cada canto e espaço , corredores frios…apenas um corpo permanece imóvel no seu estado purificado de aconchego , assim vou pensando e esquecendo o Homem que outrora fui.

Existem sempre lugares onde pensamos que pertencemos , mas que nos encontramos distantes deles , procuramos algo que nos faça sentir mais vivos e com sentido duma vida perfeita.

Ilusão ao realidade , é apenas uma questão de ansiedade…

Agora permaneço calmo e deitado , percebo que mais tarde ou mais cedo iremos dormir todos sozinhos…estamos por nossa conta neste Mundo , percebemos que precisamos de nós mesmos , assim como dos outros e esquecer a nossa figura exterior e olhar mais para o nosso interior.

Alma , será sempre a sua busca…questões e respostas que pretendemos.

Penso agora naquilo que me faz alimentar , percebo que o Amor nem sempre é tudo !

Não precisamos necessariamente de ser amados pelos outros , o Amor esta sempre dentro de nós…

Precisamos apenas de não nos sentirmos tão sós , e é bom ter sempre alguém com quem nos identificamos…sem pressão , sem imposição , sem projectos futuros…

Apenas amar e viver livremente…


Sufoco


Campos agrestes , horizontes…

Pequenos fragmentos que emanam da escuridão do dia , palavras que aclamam os sonhos da chama acesa , luz interior difícil de encontrar por entre partículas quebradas e impostas nas veias da amargura…

Serpente escondida , veneno sublime da paixão na mente esguia do olhar penetrante de ponta brilhante da solidão.

Este chão que piso , sinto o pulso da vida mas é apenas um sonho de ilusão que engana a mente sem dor nem razão…

Ar de sufoco , respira Alma destroçada !

Engano-me na multidão em sons de fundo , queria sentir mas o corpo não deixa…aperto do coração a todo o momento nesta falsa inquietação abandonada num tempo e espaço , esqueço por momentos que não existo.

Sinto-me tonto , num sentimento desfaleço no meu abismo pouco fundo mas imenso de qualidade negativa…o fim do dia , noite solitária desejada de pouca ansiedade sem descanso , não tenho paz , nada flui por entre a cama fria ou tecido adoentado do corpo que pesa sem emoção.

A minha visão desfocada podia ser por momentos um corpo imaculado , custa tanto aguentar…só resta-me esperar pelo amanhã que não existe…

Não existe…

Fuga do presente e passado.

Nas horas eternas da mente esgotada secam as minhas lágrimas , tenho tanto medo de apagar a vela enfraquecida…uma noite bem passada seria uma solução…mas uma pergunta ?

Amor seria a resposta…


Palavras sonantes


Treme o corpo , balança o sol em raios de esperança vinda dum céu imaculado , pequeno trilho onde uma alma percorre um sentido pequeno á procura de alguma felicidade.

Novamente sozinho numa cave aprisionada de tecnologia que acompanha a minha visão ensanguentada na fresca manhã de domingo.

Cantos só nossos , precisamos procurar algum conforto quando tudo falha…

Gostava de sentir mais o ambiente que envolve-me , libertar-me dos pensamentos deprimentes neste corpo que faz-se pagar pelas minhas acções numa só mente.

Não sei porque fico nervoso , não sei que insegurança bloqueia a minha mente , mal consigo falar e expressar algum sentimento sem estar tenso…

Medos tomam conta de mim , aguento mas luto a todo o momento sob esta doença estúpida…

O que procuro ?

O que preciso ?

Vivo por viver sem tempo nem gloria , quem será a minha companheira nesta viagem , quem pode suportar tal corpo cansado e mente amedrontada.

Permaneço imóvel e intacto de memoria apenas como um disco que toca a mesma musica , não parece ser uma agradável visão na escuta dos sons que aclamam a noite diabólica insana de vaidade grotesca.

Danças e paisagens revelam a tristeza em ruas sem nome onde escorregam dos meus pés a calçada de negro assombrado.

Passo a passo sinto o frio que entra dentro de mim , abrigos escondidos ás portas do Coração…quentes florais na mesa alaranjada em terra firme.

Poder das palavras e musica sonante , um copo e uma garrafa…todo um vazio duma vida afogada na ilusão.

Esquece por momentos a voz da solidão e ouve nos corredores os meus passos até á porta que range ao abrir , pois quero-te cantar uma canção…

Agora deitado na tua cama , o escuro do quarto , enquanto dormes eu penso em ti…o fim.


Sentimento recíproco


Sinto uma tristeza , amargo rosto calmo e sereno…

Tento perceber o teu olhar mas pouco consigo manter o meu ao alto…

Carinho e ternuras , sentimento recíproco , não estou a conseguir dar , como será o toque da nossa pele pois sinto que precisas do meu toque e aceitação…

Estou tão frio e distante , ausente de emoção , talvez um dia semeio duma vez para depois colher as recompensas.

É difícil , sei que não sou a pessoa que vês , sinto já não ser eu mesmo , a tensão que prende a minha vida e pensar , a minha personalidade…controlo a todo o tempo esta prisão dentro de mim mas canso-me por entre os dias doentes e sem sentido.

Magia do ar , Castelos alcançados na visão dos meus passos , assim continuam a passar mais umas horas do dia , vejo o pôr-do-sol tento alcançar as suas cores belas enquanto guio pela estrada dura da minha realidade.

Vejo as veias que tens nos pulsos , procuro que identifiquem-se com as minhas , pareces ser bonita e cheia de amor dentro de ti , malha quente que veste o teu corpo , cabelo preto castanho escuro e mais uma vez o meu olhar não consegue-se fixar-se ou sentir…

Olham para mim de forma estranha , será a minha figura importante aos olhos dos outros…, tudo parece estar perfeitamente bem de saúde e eu perdido á procura de algum conforto , necessito a toda a hora de sentir-me em casa.

A toda a hora o meu corpo parece prestes a rebentar , sempre a fraquejar e afundar-se em terra , lama , líquida e fria morte anunciada…duro assim as horas que são precisas no penetrar da noite acariciada.

Alcançado a amizade dum animal que desconfia dos teus actos e vontades , se conseguires a sua atenção e confiança tornas-te num ser belo e bom para ti próprio.

Chegando ás luzes da cidade , olhamos em redor…cheiro do entardecer , o frio que sente-se e acompanhados um pelo outro caminha-mos…pois só nos restam poucos minutos , ouve-se o pronuncio quando nos aproximamos dos portões.

Resta-nos pouco tempo para continuarmos juntos , rindo como duas crianças patéticas para enganar o sentimento de partida…paro de escrever , sei que o teu sentimento não é recíproco…

Tudo desgasta-se em mim…

Eu não quero saber porque parti , pois só quero deixar de pensar em ti.


sábado, 18 de outubro de 2008

2001 - Rock Club

Este espaço é dedicado á Boite 2001 - Catedral do Rock
Fez dia 18 de Outubro 35 Anos ! Parabéns !...

"e...foi tudo há mais de 25anos!..
De repente nos apercebemos deste chavão, com o lançamento deste disco, a comemorar os 30 anos de "2001", sempre, ali no Autódromo Do Estoril.
Que saudades terão os mais velhos e quanto sortudos são os mais jovens por poderem continuar a frequentar "A Catedral Do Rock" que é hoje, o mais antigo club de Rock do Mundo e o único onde nunca se ouviu nada mais que Rock.
Neste disco, encontramos mais algumas daquelas "malhas" que só lá se ouvem e que são a marca do "dois".
Graças ao trabalho do Nani, que atento aos gostos dos clientes, e com toda a dedicação, nos vai oferecendo estas "prendas" e a possibilidade de levar o "dois" para casa.
Aproveitem, que esta, como as anteriores edições, os 25 anos e as Baladas, vão desaparecer do mercado em pouco tempo... é que compilações de Rock com este calibre são "animais" em vias de extinção..."
Daniel De Sousa
Este texto foi retirado do CD dos 30 anos do 2001 editado em 2003.
Texto com a autoria de Daniel De Sousa

Fotos

Os CD`S lançados...

2001 - A Catedral do Rock

2001 - A Catedral Do Rock Vol.1 - 25 Anos CD 1

____.:: Alinhamento ::._________________________
1 - Deep Purple - Smoke On The Water
2 - Lou Reed - Vicious
3 - ZZ Top - La Grange
4 - Brownsville Station - Lings Of The Party
5 - Peter Frampton - Do You Feel Like We Do
6 - Ramones - I Wanna Be Sedated
7 - Shirts - Laugh & Walk Away
8 - Cheap Trick - I Want You To Want Me
9 - 999 - Homicide
10 - Loverboy - Turn Me Loose
11 - Angel City
12 - 38 Special - Teacher, Teacher

____.:: Informação ::._________________________________
Género: Rock
Formato: MP3
Encoder: CD Grab
Velocidade De Bits: 192Kpbs
Faixa Favorita: Deep Purple

2001 - A Catedral Do Rock Vol.1 - 25 Anos CD 2

____.:: Alinhamento ::._________________________
1 - Russ Ballard - I Can't Hear No More
2 - Psychedelic Furs - Here Como Cowboys
3 - Autograph - Send Her To Me
4 - The Cars - Just What I Needed
5 - Brian Spence - Hear From The Heart (Maxi Version)
6 - The Stranglers - Always The Sun
7 - Guns N' Roses - Sweet Child Of Mine
8 - Lou Gramm - Midnight Blue
9 - Honeymoon Suite - Love Changes Everything
10 - D.A.D. - Sleeping My Day Away
11 - Alice Cooper - Poison
12 - Sisters Of Mercy - More
13 - Great White - Call It Rock N' Roll

____.:: Informação ::._________________________________
Género: Rock
Formato: MP3
Encoder: CD Grab
Velocidade De Bits: 192Kpbs
Faixa Favorita: Alice Cooper - Poison

2001, A Catedral Do Rock Vol.2 - As Baladas

Introdução
Após o lançamento da colectânea dos 25 anos de comemoração da mais antiga discoteca de Rock da Europa, o lugar de culto mais procurado pelos fãs do género, lançou uma nova compilação desta vez destinada aos momentos mais calmos e suaves, ou seja, um conjunto de baladas que fazem a pista do "2" ficar mais junta por alguns momentos.

Alinhamento
CD1
01 - Slade - My Oh My
02 - ZZ Top - Rough Boy
03 - J.J. Cale - Cocaine
04 - Eric Clapton - Wonderful Tonight
05 - Meat Loaf - Two Out Three Ain't Bad
06 - Ramones - Baby, I Love You
07 - Foreigner - Waiting For A Girl Like You
08 - Journey - Open Arms
09 - The Cars - Drive
10 - White Lion - When The Children Cry
11 - The Stranglers - Golden Brown
12 - Stage Dolls - Love Don't Bother Me

CD2
01 - Peter Frampton - Baby, I Love Your Way
02 - Guns N' Roses - Patience
03 - Pat Benatar - Fire & Ice
04 - Billy Idol - Eyes Without A Face
05 - Russ Ballard - Day To Day
06 - Aldo Nova - Rumours Of You
07 - F.M. - Frozen Heart
08 - D.A.D. - Laugh 'N' A 1&2
09 - Bad English - When I See Your Smile
10 - Gun - The Only One
11 - Great White - House Of Broken Love
12 - Outfield - Your Love

Ano 1999

Editora Warner Music Portugal

Faixa Favorita 11 - Great White - House Of Broken Love

Género Rock

País Vários Países

Banda Vários Artistas

Review
Bem, e uma compilação, uma apreciação exaustiva não só seria inútil como aborrecida para quem lê e já sabe mais ou menos o que pode esperar.

Assim sendo, no primeiro CD destaco o excelente Rough Boy em toada Southern dos ZZ Top, passando pelo mais óbvio Wonderful Night do veterano Eric Clapton, a surpreendente inclusão dos Ramones com um incaracterístico, mas agradável Baby, I Love You, logo seguido da longa versão de uma das mais conhecidas baladas dos Foreigner, Waiting For A Girl Like You ou saltando mais um pouco no meio dos clássicos até aos excelentes Stage Dolls, que sendo um pouco mais desconhecidos mostram a sua enorme qualidade no "slow", Love Don't Bother Me.

Passando agora para a segunda parte (pessoalmente ligeiramente mais rica), encontramos quase a abrir, Patience de Guns N' Roses que poderiam ter várias músicas do género aqui presentes, seguindo-se a senhora Pat Benatar com Fire & Ice num registo vocal muito profundo, dando lugar ao brilhante Eyes Without A Face de Billy Idol, para depois o canadiano Aldo Nova nos brindar com os sintetizadores de Rumors Of You. Por fim, três nomes ligeiramente menos conhecidos (para o público menos conhecedor, pelo menos.. lá pelos lados do "2" são do que mais se ouve), como Gun em The Only One (fazendo lembrar Faster Pussycat), o momento alto dos enormes Great White na versão ao vivo de House Of Broken Love, terminando numa onda mais Pop com Your Love dos Outfield.

Conclusão
Enfim, pouco mais resta dizer, do que dizer que temos aqui alguns dos melhores "soft moments" da grande Catedral do Autódromo. Muitas mais poderiam ter sido incluídas, mas estas aqui são bem representativas do lado mais calmo do 2001.

Vários Artistas - 2001, A Catedral Do Rock Vol.3 - 30 Anos

Introdução
Terceira e por enquanto, última compilação de malhas do 2001. As músicas desta compilação são ligeiramente mais obscuras, ao contrário das outras duas colectâneas, que são constituídas por clássicos óbvios. Claro que nada disto diminui a qualidade do produto.

Para alguns mais distraídos das lides do Rock, terão aqui mais um bom punhado de boas surpresas, mas no fim e mais uma grande colecção de Rock & Roll.

Alinhamento
CD1
01 - The Cult - Rain
02 - Billy Rankin - Baby Come Back
03 - Golden Earring - Twilight Zone
04 - Magnum - Lonely Night
05 - Glen Burtnik - Follow You
06 - The Sights - Think About Soul
07 - Aldo Nova - Always Be Mine
08 - Tom Kimmel - That's Freedom
09 - Harlequin - I Did It For Love
10 - Ratt - One Step Away
11 - Gun - Steal Your Fire
12 - Wire Train - She Comes On
13 - Hunter - Speak No Evil
14 - Van Halen - Jump

CD2
01 - Lita Ford - Kiss Me Deadly
02 - Sha-Boom - Werewolf
03 - Iggy Pop - Real Wild Child
04 - Urgent - Running Back
05 - Hipsway - Ask The Lord
06 - Diving For Pearls - Gimme You Good Lovin'
07 - April Wine - This Could Be The Right One
08 - John Kilzer - Red Blue Jeans
09 - Dream Police - Little Angel
10 - Rhino Bucket - Hey There
11 - Hardline - Everything
12 - Pat Benetar - All Fired Up
13 - Joe Satriani - Crushing Day

Ano 2003

Editora Warner Music Portugal

Faixa Favorita 02 - Sha-Boom - Werewolf

Género Rock

País Vários Países

Banda Vários Artistas

Review
As grandes malhas aqui apresentadas, apesar de todas já terem uma idade considerável, são alguns dos clássicos mais recentes (passe a expressão) da Catedral. No entanto, não se deve esperar mais nada do que o bom do Rock.

Os destaques. Logo a abrir o "maxi" da já por si eléctrica Rain dos Cult, seguindo-se o "hit" Baby Come Back de Billy Rankin, dando depois o salto para o enorme Think About Soul dos Sights, seguido do contagiante I Did It For Love dos Harlequin de um dos grandes grupos do Glam em One Step Away dos Ratt. Já a terminar a primeira parte da compilação temos Speak No Evil, um clássico esquecido dos Hunter e por outro lado, uma passagem quase obrigatória em Jump de Van Halen.

O segundo CD começa a todo o gás com a voz penetrante de Lita Ford em Kiss Me Deadly, para os grandes Sha-Boom registarem a malha que mais me agrada: Werewolf. Segue-se o "velhinho" Iggy Pop no obrigatório Real Wild Child e depois os Urgent com o enorme Running Back. Referência ainda para Rhino Bucket (não, não e AC/DC... mas parece) com Hey There e para o instrumental de Satriani, Crushing Day.

Conclusão
Quem já foi ao "2", sabe o que pode encontrar. A mim, que ainda sou novo, dizem-me que já foi muito melhor, mais gente, mais culto (embora, as vezes que eu lá fui... bem, não sei onde conseguíam meter mais gente nos "tempos antigos"), enfim, várias coisas. Sei que contínua a ser uma referência e um dos únicos sítios onde se pode ouvir Rock (e o único que passa o sempre o estilo) de qualidade.

Os 35 anos são já em 2008... e os 50 já em 2023.

Autor : PhiLiz - http://philizspace.spaces.live.com/Blog/cns!1C08FE60A10C0332!1062.entry

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Letras


Fuga eterna

por entre palavras sentidas , falavas de amor eterno
por entre a minha alma esquecida , esqueci da minha dor
num beijo , fechei o meu mundo e senti o teu calor
pela incerteza da vida , sem que o fiz por amor
a viagem assim estava feita , mas a fuga era eterna...

Fuga , serei fraco na minha acção
Fuga , serei forte na minha paixão
Fuga , serei Amor na imensidão
Fuga , porque nunca terei o teu coração

pelas viagens de fuga que fiz por ti , perdi eu sei
eram horas , eram almas cai morri , chorei
no teu olhar vi , tentei amar-te , corria para os teus braços
mas no final de cada viagem existia sempre o sabor da tua pele
era distancia , sofrimento paixão...mas a viagem assim estava feita , mas a fuga era eterna

Fuga , serei fraco na minha acção
Fuga , serei forte na minha paixão
Fuga , serei Amor na imensidão
Fuga , porque nunca terei o teu coração

Alma encadeada


Eu corri por entre estradas no horizonte
fora da marca de uma ferida
Sofrendo no silêncio das sombras
Eu escondo-me do mundo entre estradas ardentes
Essência louca da paixão, nas manhãs frias da escuridão…

Perguntas ?, ela perde os seus medos
ela corre enquanto eu escondo-me
ela chama-me na sua alma, ela prende-me
ela perde-se, encadeia-me na sua mente

Nos assuntos de olhos de serpente
Na beleza de morte ardente
ela olha a minha queda , ela leva a minha mente
ela grita, ela chora e esconde, ela leva-me, ela dá boas-vindas, ela nega-me
sentimentos no seu livre corpo, agora ela pensa conquista e mente-se

Perguntas ?, ela perde os seus medos
ela corre enquanto eu escondo-me
ela chama-me na sua alma, ela prende-me
ela perde-se, encadeia-me na sua mente

Os espelhos da Alma

longa é a noite de um dia vivido...
no gelo da viagem, um medo cresce em lugares distantes
temi, tentei e consegui ser forte, porque para ti vivi
não tenho medo, sorrio , olho para frente e prossigo

Os espelhos da alma, medos em estrada…

Pelos os corredores da tua casa fria, nos espelhos palavras que sentias por mim
Num dia em que cheguei, eu olhei um deles e temi, tu tinhas apagado as tuas palavras
Eu pensei no Amor que morria em nós, Senti o fim íntimo por qualquer dia
eles eram dor, eles eram terror, eles enfraqueceram as luzes do nosso Amor

Os espelhos da alma, medos em estrada,
Os espelhos da alma, finalmente o sorriso…

Ama-me , conta-me os teus segredos
Ama-me , conta-me os teus segredos

Acordo triste ao pensar

O tempo não é muito , porque não tentas pensar
fecho-me na solidão não quero acordar
pois nas tuas frases fazes-me acreditar
vestes-te então queres ir trabalhar

Corre , corremos , vivemos , morremos
Mente , diz a verdade , escuta os sinos…

No sentimento do dia pergunto-me ao andar
se é esta vida que vamos levar
mereces ser amada , respeitada , mas de mim que faz-te pensar
no final do dia fecho-me a chorar , espero que consigas-me achar
A minha alma esta morta quero-te tanto amar , por favor não apagues as luzes não deixes-me a pensar…

Corre , corremos , vivemos , morremos
Mente , diz a verdade , escuta os sinos…

Destinos profanos

tempo e hora de teus talentos
já te esqueces-te que prometes-te
não busco em mim , percorri quero-te encher de saudade
cruel foi o destino , na minha perda de te amar

toca-me beija-me , quero fazer Amor
pedes por aqueles beijos , não quero não vou sentir a dor

São os destinos profanos…

Sei que procuras por outro Amor , tenho de continuar , errei
cai na na ilusão de ser eterno , deixei-me levar por ti
Procuras um rei um trono em ti , sinto-me perdido já lutei sem fim
O meu corpo esta fraco , sei que te desiludi…

toque-me beija-me , quero fazer Amor
pedes por aqueles beijos , não quero não vou sentir a dor

São os destinos profanos…

Medes o Tempo


rápido , não perdes não medes o tempo
devagar cheguei e sento-me , espero-te na solidão
rápido , dizes-me para fazer cuidado
mas no final não viste , que tudo que fiz foi por amar-te

no medo de errar , por ti andei
tu dizes para ter cuidado , um dia te perderem
procurei tentar , de nada te servi
mas no final não viste , que tudo que fiz foi por amar-te

perco agora , sinto agora que já não vou amar
pois um dia te digo , vai depressa vai devagar

mas no final não viste
mas no final não viste
mas no final não viste , não viste-me a mim , Não queres-me amar…

Brilho do dia

acordamos no dia em que nosso amor era eterno
numa pétala que te dei me deixei levar pelo teu olhar

vamos sair , vamos percorrer a costa
vamos amar , quero ver o brilho do teu olhar

vamos pela areia , vamos pelo brilho do mar , o teus movimentos são maravilhosos...
era um dia brilhante , morri de amor por ti
pensava ser teu rei , enganei-me eu sei
noutras terras , sei que vais partir...

agora fico sozinho , agora sinto-me um tonto , sei que te vou esperar , sei que partirei

vamos sair , vamos percorrer a costa
vamos amar , quero ver o brilho do teu olhar

Tudo em mim morreu , a alegria do meu olhar
Procuro a sorte não sei , pois só quero-te amar
Parto em breve não sei , não sei se vou chegar
Os caminhos são incertos , não quero , não volto , não vou amar

vamos sair , vamos percorrer a costa
vamos amar , quero ver o brilho do teu olhar

Manhã esquecida

Suor da Manhã...
Ferve a dor nesta vasta região
Vamos dar as mãos , tudo parece desfeito nas cinzas da noite...
Mantém o passo certo e direito nas ruas que percorres...
Percebes que o fim esta sempre próximo , mas nada fazemos para o retardar.
Pega o que a vida oferece-te agora , o amanhã pode não existir e quando olhares para trás a lua já terá desaparecido.

Quando o teu olhar penetrar os ramos da vegetação poderás ver o brilho da noite...

Esquece o que a vida oferece-te , porque agora o amanhã pode existir , quando a lua se mostrar...aceita a sua força sem olhar para trás.

Noites acordado

Linda , não te vires para o outro lado , não desvies o olhar...
Perdi-te na noite da minha ignorância...
foges pela noite em que estou acordado , perco-me nas tuas luzes amigáveis.

Ao longe a dor...chama por mim Amor.

Os campos nunca acabam na nossa mente , a manhã não tem sentido , não paras para pensar não queres acordar.

Ao longe a dor...Chama por mim Amor.

Segue dura a nossa infância , segura aqui e procura longe nos montes criados , distancia enganadora esqueceu a força da minha calma...quebrou-se a dor morreu o Amor.

Flores do Amor

Flores...Amo-te

Rua e predições antigas...

Busca do sonho do teu andar , procuro tua bela e doce face nas rosas do meu jardim...

Sentimentos que nunca se perdem , lágrimas na cristalina manhã ao acordares...

Acabou-se as mentiras e ilusões perdidas na inocência oculta.

Queria perguntar-te mas perdi a resposta enganadora , perdi-me nos cobertores frios e esqueci a dor em momentos por ti guardados...

Ao longe a dor...

O meu olhar perdido bem no fundo do pesadelo...chamei por ti mas o pastor morreu.
como quem chora por amor e não consegue gritar
virei as costas na estrada passada , encontro na crueldade dos teus lábios o sono profundo da nossa casa...

Verão acidentado na estrada , olhos de negro a colorir
foi-se as perdas e conquistas como a lentidão dos meus passos
nem olhar atento , nem porta esmorecida...era apenas um gesto de palavra que agitou uma ferida.

Caminhos ao longe a dor...nunca chamas por mim amor !

Parece a partida ser mais certa que as horas de alegria e satisfação
podíamos desta vez cantar uma canção mesmo sem flores na mão...

Descobri que não tenho o Mundo , mas um Mundo tenho...

O dia da minha chegada surgia com o chamamento da tua voz
corpo no corpo nós descobrimos o eterno sabor da noite
oh...! queria eu enganar a dor...mas no fim saí perdedor.

Caminhos ao longe a dor...nunca chamas por mim amor !

Poesia


Pelo teu olhar doce numa alma em mim vazia
perco-me no teu silêncio numa noite sombria
Pelas ruas da minha amargura sinto-me tentado queria…
Todo o meu ser, toda a minha vida , toda a minha sabedoria

Busco o meu ser a minha identidade
Busco a verdade a não negação
Perco, sujo sinto-me feio
Perco, naufrago é toda a minha vontade…

Por Caminhos que vão dar ao nada…
Por Caminhos que fazem mover
Por paragens que fazem acreditar
Por paragens que fazem morrer

Onde encontras a minha alma
Consegues acreditar na sua dor…
Consegues criar o Amor…
Pretendes deixar-me no calor…

Moves-te sem que consiga ver
Percorro toda a tua magia e razão viver
vejo no espelho da solidão
vejo tudo mesmo na escuridão

Olhar triste o meu
Corpo maltratado o teu
Alma vai e volta
Alma já esta morta

Corre , corremos , vivemos , morremos
Mente , diz a verdade , escuta os sinos…
Sente o vento , sente a vida
Sente , acredita , morde , belisca

Mede a capacidade da minha dor
Escuta a capacidade do Amor
Mente mesmo se sentires ardor
Ama mesmo se não tens valor

Sombras das árvores, as árvores que choram…
Mentes porque sentes queres dizer agora
Olhos tentam esperar a hora
Dor que tenho , busca-me , adora-me

Pelas sombras do meu passado procuro-te na noite
Pelas gélidas manhãs procuro o brilho do teu olhar
Ao chegar a tarde perco-me na imensidão do meu vazio
No fim do Mundo reencontro-me no silencio do meu passado…

Pelo livre Homem que sou…
Descubro que existe algo que prende-me
Talvez seja a memoria , talvez a fraqueza do meu passado…
Mas no fim serei e sou sempre um Homem Livre mas acorrentado

Alma acorrentada a minha , triste paisagem deu…
Penas que percorrem a ternura do teu corpo
Uivares cantando no seu silencio da noite
Marcas , feridas são os destinos dum sopro

Perdi-me no olhar da tua alma
percorri caminhos torturosos...
Enchi-me de sonhos , porem desfeitos
Perdi-me no Amor , num Mundo de Mortos

Os Teus cabelos em nada são perfeitos
As Tuas mãos em nada são carinhos
A Tua Boca em nada diz ser certo
A Tua Alma em nada vê Perto

Fujo , serei fraco na minha acção
Fujo , serei forte na minha paixão
Fujo , terei Amor na imensidão
Fujo , porque nunca terei o teu coração

São ruas , são caminhos frios que percorro
São pessoas que vejo na escuridão
Olho para horizonte , caminho em vão
procuro-te, encontro-te no meu coração

Entre horas de ansiedade
Por entre terras de saudade
Olho e vejo a verdade
A tua face a tua vaidade

Buscas a verdade a essência da vida
Buscas a maldade a crueldade do sonho
Perdes-te na idade , na tua ira
Veste-te de loucura , verdade mentira

Pensei um dia , não fui capaz
Perdi-me na hora de ponteiros mortos
Cansado da vida eu temia
A vontade , dormia em tempos remotos

Sonhos desfeitos no teu olhar
Desgostos sombrios nos teus caminhos
envolve-me, nega o teu pensar
Percorre , faz-me carinhos

Serei eu apenas o pensamento da tua vida
Perdes tempo em pensar
Trilhos de angustias e saudade
Caminhos , sentimentos no ar

Nego os meus pensamentos , nego a minha vontade
Sinto o medo e receio , por entre dor e saudade
Olhei o rio e vi, o espelho da luz a bondade
Criem o Mundo e vi , não receio não tenho idade

O Vazio não passa duma mentira , que nos provoca a vida
Cada momento vazio , preenche-me na tua ferida
Talentos perdidos entre as noites sofridas
Palavras , sentimentos , de mim zumbias…

Loucura a tua do teu andar
Perdi-me na rua do teu pensar
Cai , esqueci procurei amar
perdi, morri fiquei a tentar

tremo agito-me , peco-me
toca-me só assim desperto
beija-me mesmo senão estiver certo
Ama-me , provoca-me de perto

Belos veludos os teus
Belos e imperfeitos sabores
Tentas negar a minha dor
Tentes provocar-me no Amor

Por detrás de caminhos escondidos
Por entre o incenso de saudade
Mostro ao mundo meus passos
Torno-me na paz na verdade

Fogo e gelo , dentro do meu corpo torturado
Mal sina meu destino traçado
Noites sem rumo nos olhares esgotados
Prefiro viver a ser mal tratado

Escura e húmida , doce pálida face
Torno-me a alegria do teu encanto
Corro para ti , se o teu amor mostrasse
De ternuras me ria se o meu olhar tentasse

Ondas em ti percorre-me nas almas
Chuva sem fim no acolher do Norte
Buscas em mim a verdade não morre
Procuras por ti , acolhe-me no forte

Frágil dama de interior discreto
Falso tremor no meu canto desperto
Sombra da duvida pelo cantar incerto
Outrora enfim no meu leito no feto

Flores , nunca as dei
Amores , fugi morri bem sem
Palavras criem e Amei
Sentimento senti por ti , beijei…

Cores negras no meu passado
Cores belas na tua alma
Preto e branco pois nunca pensei
Que tua mágoa em mim testei

Unidade , isolamento atrás da face oculta
Palavras , olhares , visões distantes
Perdas e esperanças , luares e bruma…
Mente permanente em lugares errantes

Olho o céu vejo a luz…
Perfeita cor de azul encantado
Tentei esconder-me da minha face tentado
Percorri a janela no meu canto amargurado

Busquei a perfeição de preto dourado
Cai na minha ferida no luar amado
Tremi no leito do teu corpo balançado
Olhei a lua e virei as costas , sofrendo ao teu lado...

Brilho inadequado ao meu olhar

A brisa do vento enraivecido

Lua cheia eu queria alcançar

Perdas e esperanças em rosto adormecido


Segue os passos da tua vontade

Ergue os ramos da nossa saudade

Permanece imóvel na tua bondade

Chora em paz na minha vaidade


Pedaços aprisionados na colina sagrada

Olhar triste ás portas da santidade

Consigo ver que sentes saudade

Loucuras da vida , a alma cansada


Embarcado fecha o circulo

atento ao olho de vitral

quebrando os contornos aguçados

em pedaços de cristal


Costuras do corpo sem dor

Criação da beleza impiedosa

Lábios gretados de sabor

Ao longe a vista saudosa


Calmo húmido anoitecer

Balança a seda da tua aura

Pingos de ternura fazem-se mover

Na escura noite da nossa alma


Conquistas das mentes quebradas

Lançam chamas azuis douradas

Paladar ausente da emoção

Na terra ardente da solidão


Chego da viagem da estrada triste

Avisto horizontes de pedra

No asfalto preto tudo consagra

No meu olhar o futuro existente


Vento suave sobre a vela

Agita a rua chama ardente

Perfeito contorno e singela

Permanece a luz da noite crente


Aguenta mais uma noite

Espera por mim no sussurrar

Palavras esquecendo a morte

Doente adormecer ao luar


Rastejo em chão estragado

Sinto medo e piedade

Procuro um canto sagrado

Encontro a luz da verdade


Contornos inibidores

Passam nos corredores solitários

Não sentem sabores nem dores

Dormem em quartos ilusórios


Horas que significado alcançam

Tristezas e dez amores

Vivos na fogueira dançam

Abrindo as portas de mil cores


Que tristeza a minha ao acordar

sinto que a noite não me abraçou

caminho fraco sem pensar

nos meus ternos olhos o lago secou


sentimentos custam a soltar

prende-se a alegria e o choro

alma vazia de pranto a chorar

num esboço pintado de oiro


como a vida segue nas ruas

arcadas perdidas no Outono

belas luzes em redor das tuas sedas

no tempo escasso e num profundo sono


ansiedade doida nas noites negras

ao longe bate a chuva das dores

chega perto cobrindo as vidraças

nos cumes e vales inibidores


velho e cansado o jovem doente

bengala amiga acompanhada de tristeza

ar que respiro comovente e ausente

vento que sopra de eterna beleza


perdidos vagamos nas ruas

fumo invisível do nosso encanto

procuramos luares e brumas

descobrimos a dor e pranto


neve de inverno na vila

como gostaria de sentir

ver a nossa manhã e cobri-la

no manto velho surgir...


tenho frio e sinto medo

gela o corpo em portas cristalinas

preciso dum abraço sentido

nas noites inquietantes e sofridas


tudo escapa-se das nossas mãos

como a areia no deserto

agarramos pedaços do coração

num mundo desfeito e incerto


velas das noites solitárias

o silencio dentro do nosso próprio ser

criamos espaços iluminados de vivências

como quem abraça o entardecer


calma estas na tua cama

ausente do meu corpo

gostava de ter a tua calma

como quem sente um sopro

Fotografia