quarta-feira, 13 de abril de 2011

Objectos da Sociedade

Sémen vivo que deposito nos teus olhos , sorriem os fetos saudáveis mas cegos na correnteza dos meus pensamentos de pecado e duvida...adorável e visionaria ilusão, lança-me impunemente nas chamas do teu jazigo aprisionado desflorescido...promessas que nunca se cumprem na tua boca em flor , grita e condensa as tuas memorias no meu corpo mal criado...quero ser julgado nas correntes do passado.

A minha forma calma mata a minha alma atormentada nos corredores frios da saúde...tranco as portas da vergonha mas todos os lugares possuem espelhos para me ver...
Desejos perdidos...
Solidões e loucuras...
Nem luz nem amargura...nada evade a minha mente , apenas a suave triste saudade.

Abrem-se os céus , aparecem os primeiros raios de sol...
Eu tonto e louco enjoou o dia , nada sinto ao analisar a minha vida...
Ando a morrer...

Funde-se a minha dor
Alma doente que não conhece o amor
Eternamente pálido no olhar dos mesmos dias sem cor
O tédio evade o tempo perguntando o seu valor...

Este chão que piso transforma-se na areia fina sei sabor
O cheiro comanda a vida , o sonho desfaz o pesadelo em redor
As telas escorrem tintas de sangue em planícies verdes
Assim fujo cercado pelo imenso mar naufragado no olhar...

Objectos da Sociedade dominadores da Terra...perguntam-me o que faço aqui ?

Apenas lhes respondo que observo e invejo as suas vidas frenéticas e o seu pensar de pedra...

Troco-lhes os tempos...lanço a calamidade natural e trágica !

E quando a morte chegar...apenas dirá-lhe eis que nada foram.