sábado, 10 de dezembro de 2016

O Cais da desgraça

Vivendo nas profundezas como memoria de peixe...alimentando-se da solidão esperando as horas mortas vagas no seu coração , correntes do sub-solo acumulando tristeza pelos cantos da eternidade dum malfeitor e suas entranhas de sufoco , sou a merda terrestre que ninguém quer...não me afundo.

Descanso em paz a minha mente...talvez seja apenas um sonho ou uma vida sendo essa certamente como mar...sem repousar e sempre com as suas voltas e circuitos de maldição que nos puxa para dentro dele envolto de verdade e razão profunda de alguma existência , espumando raiva e ódio sou abruptamente sucumbido para longe do meu orgulho deixando-me livre mas solitário... fraco e com olhos esmorecidos sem puder alcançar algum tipo de horizonte.

A mesma visão de uma alma atormentada e prisioneira de sonhos perdidos...cais da desgraça entre gaivotas pacificas e sem sentimento esperando alcançar um farol perdido ao entardecer.

Esses dias cinzentos frios de apatia e falta de gloria conduzem-nos aos pensamentos fracassados de tédio sem nenhuma identidade toque ou afeto...pessoas que desistem , talvez sempre tentaram por tempos incertos revelando-nos cada vez mais a constante decadência da condição humana...desvanecida no final por entre brumas e memorias.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Gélidas mãos 
pálido e suave olhar triste pesado nas veias condensadas de dor...
Sabedoria das memorias antigas ,
Perdidas...
Vagueando pelas margens dum rio preto rodeado por plácidas neves , desfocadas na consciência fria da solidão...

Os perfumes são como memorias...
As pessoas evaporam-se...as memorias ficam , porque será que não sinto os seus cheiros ?

Caí a noite...
Ódio , irá !
Sombras aprimoradas pelos caminhos da salvação reflectidas no meu rosto por uma vasta cor vermelha de suores vespertinos que me banham de razão inútil...
Perigoso
Submisso
Reactivo matando de vez o meu ridículo e a vossa estupidez.

domingo, 31 de janeiro de 2016

Sombras e Névoas

É como uma sombra e névoa que assim o tempo passa...amem ou odeiem pela mesma proporção porque a ideia não é morrer jovem...vi uma vez uma coruja pousando junto à berma duma estrada , perto dum cemitério...é um aviso para paráramos e reflectirmos...estarmos atentos à vida , aos sinais em nosso redor porque a verdade é que morte pode vir a qualquer momento sem nada sabermos sussurrando pela noite...camuflada pela manhã...sacrificada ao entardecer , seguindo o nosso caminho e pegadas através dos tempos.