sábado, 21 de novembro de 2009

Navegar é preciso...

Ventos de mudança erguem-se em redor destas noites frias ancoradas no meu corpo...
Pulsação...
Respiração...
O medo absorve o meu olhar como a madrugada o sereno silencio.

As primeiras horas da luz do dia são como pequenas lembranças desfeitas nas noites de solidão...assim posso caminhar rumo a um destino que não encontro.
Queria tanto abraçar um sentimento de outrora...os ruídos da rua já não provocam os meus ouvidos , Gentes e pessoas não atormentam mais o meu passado.

O Mundo parou para mim , gira em torno apenas em mim alguns sonhos e conquistas , pois não me canso dos meus ideais...

A fobia é a minha companheira
Que prende e faz-me avançar
Sinto próximo e tão longe
Aqueles que quero amar...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Santuário

Acordo desfeito e angustiado nesta noite fria...
Luzes que não sinto em sombras perdidas
Intermináveis minutos impacientes
Risos elevam-se no topo das árvores , abaixo o nevoeiro sustende o longe o meu olhar...

Ecos do fim proclamam partidas longínquas nas florestas perdidas...
Santuário e um velório passado num caixão , ainda posso sentir o frio desse dia...
Ainda sinto a calçada fresca e o cheiro dum ar desconhecido.

A chuva dum funeral
A terra que chora
Mulher de joelhos
O sofrimento da perda

Virando as costas
Corações quebrados
Lugares esquecidos
Vazios ancorados

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Some words...

Rostos perdidos como cânticos aveludados
Segue esplendor o som nos solos quebrados...
Numa rua iluminada posso ver as sombras no meu caminho
Criaturas da noite analisam-me com tristeza e desalinho

Nas correntes da solidão submerge uma vela
Provocam-se os meus sentidos esmorecidos
A sua luz ilumina alma através do olhar
Como o pálido e frio sabor da noite que me leva a segredar

Sentimentos desconhecidos neste vazio ao acordar
Mundo sem sentido nem magia que um dia pretendemos encontrar

Sem Textura
Sem Brilho
A Terra desfeita em mil pedaços de loucura !

Bem no fundo surge uma voz dentro de mim
Procura navegar sem norte
voz num só grito...
voz num só forte...

As teias finas que me envolvem de solidão
solidificam no meu coração
Purifica-se o sangue
O meu olhar coagula
Cegando-me sem piedade ás portas da loucura

Fugaz sentido a verdade cega
O Passado
O Presente
e
Futuro...

A cada sinal de aviso numa mente fantasiosa
Procura arranjar sentido para uma vida pavorosa

Cada canto e cada espaço da nossa idade
Reflecte sedimentos irreflectidos
Como brandas memórias e saudades
Como sentimentos perdidos...