Rostos perdidos como cânticos aveludados
Segue esplendor o som nos solos quebrados...
Numa rua iluminada posso ver as sombras no meu caminho
Criaturas da noite analisam-me com tristeza e desalinho
Nas correntes da solidão submerge uma vela
Provocam-se os meus sentidos esmorecidos
A sua luz ilumina alma através do olhar
Como o pálido e frio sabor da noite que me leva a segredar
Sentimentos desconhecidos neste vazio ao acordar
Mundo sem sentido nem magia que um dia pretendemos encontrar
Sem Textura
Sem Brilho
A Terra desfeita em mil pedaços de loucura !
Bem no fundo surge uma voz dentro de mim
Procura navegar sem norte
voz num só grito...
voz num só forte...
As teias finas que me envolvem de solidão
solidificam no meu coração
Purifica-se o sangue
O meu olhar coagula
Cegando-me sem piedade ás portas da loucura
Fugaz sentido a verdade cega
O Passado
O Presente
e
Futuro...
A cada sinal de aviso numa mente fantasiosa
Procura arranjar sentido para uma vida pavorosa
Cada canto e cada espaço da nossa idade
Reflecte sedimentos irreflectidos
Como brandas memórias e saudades
Como sentimentos perdidos...
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