sábado, 16 de janeiro de 2010

Pedaços ancorados

Pedaços ancorados nas vertigens da alma , fantasmas mergulhados nas profundezas ocultas da imaginação...
Nada se faz sentir na nossa Era , ruas desertas nas madrugadas escuras esperando os nossos passos e rumos como companhia.
O medo é o amuleto que sustem a nossa vida , pequenos percursos nos infinitos minutos que passam da nossa existência.

Por vezes é tão difícil sentir algo quando os anos ditam e condenam aquilo que construímos...

Será a mente e os ideais uma construção real do tempo ?
Serei eu no espelho da idade uma forma de ilusão?
Fixa-se o olhar , procuram-se moldes perfeitos e respostas na invencibilidade que desejamos ter.

Que será melhor...

Ter um espelho quebrado?
ou
Um espelho desfocado ?

O ar que sai de nos não chega para escrever tudo aquilo que sentimos , ele esconde-se da realidade , foge dela e afoga-se num abismo sem retorno...

Mas eu...

Quero-te encontrar na mais pura forma de inocência...
Quero o teu olhar longe do mal da humanidade...
Olharei sempre para ti nos mais belos elementos vitais da terra , tu serás sempre Fogo , Ar e Mar...uma forma atraída de Metal por mim idealizada.
Com o passar dos anos não terás mais medo da fantasia nem da realidade...pois um dia num sonho teu ao acordares , as cores da vida irão te envolver sempre na mais perfeita das mulheres.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Palavras que se escondem

Olho na direcção do infinito...
Longa a noite que arrasta nos céus , tapam este mundo incolor criando apenas sombras e cantos solitários.
Olhos os meus semicerrados lutando em horas pestanejantes , sem razão nem dor anunciada secando lagos de gloria...pois em cada pagina que viro na historia não vejo uma saída possível.

Bem-dita luz que surge
Ilumina cada corpo ao adormecer
O meu escurece de susto
Pois ninguém me quer ver

Levantam-se pequenos mantos
Surgem Gritos agudos e cristalinos
Queima-se vontades , esperam-se saudades e ansiedades...

Sons de fundo como trovões , proclamam o inicio e fim das nossas eras...
Cada toque subtil da humanidade são como gotas perfeitas em solo quebrado...
Assusta mais viver na fantasia que aceitar a realidade.

Cada riso abafa uma dor
Cada olhar analisa a imperfeição
Cada passo se faz com amor
Num gesto de salvação

Espera-se impacientemente que se queimem os pensamentos num fogo impiedoso...
A noite é longa e a festa é nossa.

O medo como estado de alma nas profundezas secretas que nos envolvem a cada dia que passa , reinos por descobrir nas mais altas montanhas do passado.
Foge de mim pobre alma que analisas !
No fundo teu olhar descubro os teus medos em palavras...

As palavras que se escondem em ti...
São as palavras que se escondem de mim...
Procuram-te encontrar em sonhos , criando dum inicio um fim.