terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Textos



Alguns Textos da minha autoria

Abismos


Margens dum rio , correm perigos de súbita morte nos lagos sagrados…
Pequeno paladar na fresca noite adormecida de sentimentos , sons agradáveis na minha mente como um corpo a deambular na floresta…

Procuras e respostas… , abismos e passos da vida num ponto mais alto , são os caminhos dos parapeitos da imaginação e defeitos na visão distorcida da verdade.

Brisa suave nos teus cabelos agitados ao descer o vale na neblina intensa num repouso de morte…todas as pedras em volta têm pontas afiadas , onde tocas com as mãos nos momentos de solidão.

A vida na ponta da vela prestes a ser apagada…continua a viver mas a alma esta a morrer…

Mistura solúvel da vida , veneno do teu corpo onde sentes a tua respiração doente no teu olhar ardente , fogo e gelo onde é fácil atingir a tua perca demente.

A rotina do dia na noite vigilante , sol e lua no brilho inconsciente sem estrelas nem céu…

Coração sem dor nem calor , apenas um pouco do teu amor...

Toque Suave

Queria poder-te tocar…
A chuva cai suavemente , sempre podes ouvir o bater da solidão…
Pedaços das sombras que envolvem horizontes de terras longínquas…
Será possível enganar-me na mentira silenciosa da alma…?

Perco-me numa vasta corrente de algemas , chaves que se soltam do coração…
Todo o momento é perto de ilusão , apenas afastas a minha vida , preciso dum pouco da tua mão suave ao toque da emoção , perguntas e respostas sobre a paixão…

Piso o chão molhado , nas frestas brilham raios que ecoam na mente , a procura recente da tua ternura ausente…
perdi-me mais uma vez , labirintos…muros de erva curvam-se no olhar…caminhos de pedra , jardins , pântanos de angustia de maldade ferida procuram tormentos numa noite esquecida…

penetrante lua esquecida do sentimento perdido , casa do lago onde as almas se cruzam no infinito ser da saudade…deitado no chão conto as estrelas , céu imaculado no vermelho dos desejos...

toques ardentes serão apenas sentimentos , de toda a vida no pensamento que nos guia rumo ao vento
sem dor nem tormento…


Suave Riso da saudade

Procuro um pouco da tua distancia…
Na minha mente consigo ver a tua face
Gotas de chuva que envolvem-se de amor
E escorregam nas paredes frias de dor e perda…

Corremos para a colina , as árvores gritam…
Agita-se o vento…
corremos pelas veias da alma dos palcos da vida , cantos esquecidos na rua…
Eu ando sozinho , o olhar permanece na visão da calçada…

Pálido envelhecido sussurrar , visões , face húmida e branca…
Corredores , portas , estreito cintilar numa cama , sento-me a pensar…

Estado de vigília , respiração fraca…

Volto a caminhar , morte nas janelas duma casa sem pintura…
Ruas de amargura por onde passas-te sem alcançar-te…

Acordo de manhã , tudo é incerto , nada pode negar a minha dor…
Perco-me por entre cabelos ardentes , nas minhas ilusões dementes , fins dos tempos nos caminhos da estrada , quente asfalto de amor adormecido…
Será a noite a tua companheira , velas desgastadas do tempo que por mim foi esquecido…

Ao voltar ao mundo vejo a morte a cada sinal , existem estradas que passam , mas nenhuma nos afasta…criem um sonho , transformei-o em realidade , agora só me resta dizer…

Adeus suave riso da saudade , amei-te…

Entre o céu e a lua

Entre o céu e a lua , entre o abismo e a perda
Floresta perdida de sentimentos , as folhas que escolhem o teu caminho…
Pequena vegetação sobre pedras sagradas , a brisa do vento que te envolve no corpo…

Deitada no chão permaneces imóvel , ouvindo apenas o cantar do coração
Fechas os olhos por instantes , apenas sentes o medo como gratidão…

Abres novamente os olhos , mas apenas uma lágrima revela a tua emoção
Por momentos perguntas ao vento se precisas um pouco de solidão…
O vento responde , não tenhas medo eu estou aqui ! , sou apenas uma visão…
Que mesmo que não vejas , protejo-te na escuridão…

Com apenas alguma força , caminhas novamente sobre folhas secas…
Elas sentem os teus pés como gritos duma alma presa , silenciosa…
Agora na margem dum rio , transparece o reflexo do teu olhar
O caminho para trás desapareceu sobre o sonho do teu andar…

As Estrelas não brilham , mas o corpo permanece cintilante…

Sentes a força do teu pensar , num luar amado que te guia…
Rendes-te nas tuas sedas , apenas o corpo tremia…
Toda a imensidão duma vida que por ti sorria

De costas voltadas para o mundo apenas um dia por ti morria…


Sonho e realidade

As velas iluminam o céu e sua escuridão

Entre pedras antigas que abrem portas ao coração
Negro de dor , perdido na esperança realista da verdade
Almas presas nas paisagens agrestes da solidão
Olhas a janela , procuras o abrigo do teu interior
Saudades esquecidas nos tempos de gloria…

Cheiros que pairam sobre ti , ventos que sopram

Perdas e vitorias da vida sufocada de dor e tormento
O corpo esta fraco seguras pedaços do teu olhar
Lágrimas pretas escorrem pelo teu rosto , olhar incerto
Passos esgotados das lutas e batalhas sofridas…

Procuras a luz , brisas suaves , esqueces o passado
Olhas em frente e caminhas por entre terras frias
Voltas para casa , permaneces sentada ao lume
Buscas o sonho a verdade , atrás de portas
Elas abrem-se e fecham-se como o coração…

Ele é o teu sonho , o teu ódio , a realidade , eu sou a verdade conta-me mentiras…

Depressão

Merda das noites que não consigo dormir
Merda de me sentir um velho de 70 anos
Merda para a pressão intensa no meu corpo
Merda dos dias que parecem todos iguais
Merda para cada lugar que vou as fobias invadem-me
Merda quando fico branco e pálido sem saber porque
Merda dos minutos que não passam

Merda para quando acordo me sinto uma merda
Merda já não sei aonde me agarrar
Merda para os cigarros que fumo
Merda para os sonhos que tenho sem sentido
Merda para pressão constante do pensamento
Merda de estar sempre na mesma
Merda de corpo que não actua
Merda já não sei que idade tenho
Merda das ansiedades
Merda da falta de ar
Merda para os comprimidos
Merda de sentimentos

Enfim até a merda que cago esta depressiva...

Pode ser que um dia mande esta lista toda á merda...

A nossa Aldeia

Estou um pouco longe…
Estou noutra terra , tento sentir os seus cheiros
A luz do sol brilha , o ar é puro , a noite é mística…
Toda a imensidão do céu é diferente , conseguem-se ver as estrelas…

Sinto alguma paz , olho por entre vegetações , olho para horizontes…
Pode-se ver montes e árvores que se erguem , penetrando em mim…o sentimento de saudade , gostava apenas de sentir um pouco mais do seu sabor…

Percorro a casa em seu redor , objectos antigos , algumas teias de aranha , quadros envelhecidos , escadaria…paro , olho e vejo uma casa junto a um lago…

Faz-me despertar uma vida que sonho ter…

Parece ridículo mas adorava casar , viver numa terra distante , longe da cidade , dos estereótipos desta vida que para mim não faz sentido , queria fazer amor numa floresta , queria beber agua duma fonte , percorrer uma aldeia , olhar a gentes , tocar num pouco de terra , poder sentir a sua textura , banhar-me dela…

Num inverno poder acender uma lareira , ficar aconchegado a um novo amor…partilhar o melhor que existe de mim…

Estarei longe destes sentimentos? , serão possíveis um dia?

Agora aqui neste meu canto , os sinos duma igreja tocam , e tocaram agora mesmo quando escrevi ! , talvez seja um sinal…talvez possa pedir um desejo.

O desejo da partilha , o desejo do sentimento , o desejo do amor…que volte dentro do meu coração…

Por vezes é nas coisas simples... que estão as respostas mais complexas da vida.

Final da noite

Estou cansado…

Alguém esta presente para aturar um velho?

Quem espreita pelas frestas da vida , quem sente medo?

Sou um tolo , pálido estúpido corpo que não representa a vida…

Sentem-se , vou preparar um pouco de melancolia , pois nem Deus me salva , deixei de ser o seu mensageiro…

Estou farto destes dias tensos , tensão doentia da alma e corpo , farto…porque aguento?

Vidros partidos que piso de sangue que escorrem pelas paredes , figuras loucas de sufoco , quero acordar , quem me pode amar agora...

Deixei de ser sombra , deixei morrer a alma…esta demasiado fraca , pede-me para despertar para novos sentimentos , perdi tudo , já não sei o que gira á minha volta…deixei o pensamento , percorri a ilusão da vida , nada me resta , estou negativo.

Criaturas preparadas para o momento final? , ninguém esta preparado , como pudeste ficar tão tolo , palhaço sorridente que estragou tudo pela palavra amor , morres agora todos os dias , se ao menos aprende-se alguma coisa…

desistes a todo o momento , não vales nada , és objecto da tua mente desfeita , agora paga…

és tudo menos Homem , és tudo menos alma , és tudo menos tu…

toda a estrada tem um final , sempre foi duro , sempre será , aguenta quem é forte , parte quem tem coragem para criar o seu próprio fim…

Luar atento da minha paixão

Luar atento da minha paixão
crescente tempo a sanidade da mente obscura da solidão
pequena peça quebrada na vasta região , loucuras do coração
percorre nas veias o tentar renascer nesta vasta imensidão

aos poucos me liberto , pois queria dar a mão
reflecte-se na agua pura ou será apenas imaginação…

sons que provocam a doce orla na escuridão
por favor não digas que o fim chegou , espero-te nas horas
com toda a minha convicção , que resta da vida , dos sonhos que virão

neste canto atento da loucura , as horas passam em sufoco de ilusão
apenas desperto no meu pensar , montanhas percorrem este véu de tristeza
algures procuras a minha bênção , quero tocar-te de perto Amor…

Janelas fechadas da esperança perdida , lagos e árvores nos trilhos da alma…

Sangue nas veias , choram pela dor que aparece a todo o momento…

Pega as flechas ardentes , lança um grito ao Mundo , espero por ti…

Doce face , arrepiante figura desfeita das cinzas , as lágrimas que sinto por ti…

Quero-te amar-te até ao fim…

Sombra

Vida das sombras , elas envolvem-me
Vida , Homem sombra que sou , crédulo de ignorância
Pedaços duma vida sufocada pela doença da alma
Pequenas partes de mim percorrem por entre espaços vazios

Relaxo , tenho a vida para viver , mas desconheço o seu significado
As arestas da mente precisam ser trabalhadas , polidas por dentro e por fora
Olho as árvores , olho para os horizontes que mudam as suas verticalidades
Translúcido amargo pensar da inocência perdida nos tempos de guerra.

Forças que trespassam o peito que revela as lágrimas do meu coração
Sentido da vida , sentido do dia , noites confusas , sonhos desfeitos
Levanto-me sem presa de viver , apenas quero sentir o cheiro da madrugada
A sombra do meu corpo é a visão mais perfeita do meu ser
Que por entre contornos perfeitos , desmascara a tentação da carne , sombra…
Essa sombra das duvidas do passado , sombra do eterno presente…

Colho presas , tento sugar as suas almas , tento esquecer , tento sobreviver até a alma morrer , acorda agora para o Mundo , gira nas suas mentiras , alegrias e ansiedade…

Agora diz-me Sombra , o destino existe…?

Sangue derramado

Sangue derramado , olhar penetrante da paixão , Suave brisa de acolhimento sobre gotas de ternura , bela princesa , olhares de mel , sentimentos os toques na tua pele.
Cai a noite no céu de estrelas brilhantes de cores cintilantes ,amor duma vida , dor , sofrimento no teu coração pelos caminhos trilhados da minha solidão , prendem-se na alma paladares , sabores , eterna viagem nos sentidos da estrada.
Ardem chamas na escuridão na vasta corrente dos meus passos , entrei na imensidão latejante do meu pensar , as árvores começam a chorar atento aos sinais que me fazem mover em direcção a ti...nesta vida que quero dar , sangue , alma , amor.
Preciso do brilho da noite e da escuridão do dia , abraçar-te...a vergonha de ter perdido , perdi a tua face oculta da maldade esforço do corpo que mente-se a cada lugar que vou agora quero ver-te chegar a mim em mantos de tristeza ver-te amar , ver-te lutar , ver-te sorrir , ver-te chorar.
A tua dor torna-se a minha dor , o teu corpo que se prende nas ruas que percorres , nas palavras que te envolves vou-te amar-te até ao final , eternamente doença da alma , não desisto de ti…

Vela iluminada

Pequena vela iluminada no meu caminho
Pequeno torturar da mente , procuro por ti amor
Ainda te sinto , não me sais do pensamento
Gostava de sentir o que sentes no corpo e alma

Preciso de ti , sinto-me confuso
Apenas a solidão toma conta de mim neste véu de tristeza
Quero puder tocar-te , exprimir sentimentos antigos
Livrar-me deste corpo angustiado da dor sentida

Liberta-me , aparece ao mundo para que veja
Mesmos nas noites sombrias de ansiedade
Nos dias sentidos de saudade
Cruel amor que ficou preso de sanidade

O corpo já não é arte , a alma já não é pecado
Foram cheiros , distancia , brilhares nas frias manhãs
Eram desejos de vaidade , cantares no olhar da tua janela
Beijos esquecidos , sentimentos perdidos , quero-te na minha vida

Amor foi , amor chega , amor vai , amor volta…

Beijo final


Visão , horizontes , ventos que sopram
Cabelos que movimentam-se sobre olhos ardentes
Viagens , mundos , pedras rolantes no meu caminho
São como trilhos de amarguras…como sentimentos sonantes
Perdas e esperanças…canções de fogo , Calor e amantes…

Crueldade dos teus lábios doces de amargo
Beleza pura da sombra do meu passado
Sabores percorrem no nosso corpo
Encadeado por dois sentidos ignorantes

Foge , esconde-te atrás da tua sombra
As árvores festejam pelo luar duma noite brilhante
Olhos de diamante de castanho dourado
A mente torturada , alma acorrentada

A lágrima escorre pelo meu olhar
Cansado me sento a chorar…
Quero-te amar , não chores , só te quero ver chegar…

Pálida dor , pálido andar , assim tento caminhar
Frio da manhã , fogueiras erguem o nascer do dia
Brilhante é a chama que me faz levitar
Toda esta vida que pretendes continuar

Esperava por ti neste meu sussurrar
Pele mascarada de branco , não queres acordar…
Eram gritos na fria manhã , perco por não me levantar
A minha angustia tenta soltar , fujo para a rua , o cheiro do ar…

A cozinha era bela , nela tento procurar…
Peço-te que me tentes respeitar
Respiração , pensar doente , mente distante
Procuro no teu olhar que tentes alcançar

Despeço-me de ti…a estrada espera por mim , um adeus rápido , o beijo final…

Mais um dia

É mais um dia de calor , a minha mente acorda para um novo dia…
Não sei se vou conseguir aguentar o tormento infernal de mais uma horas que virão , levanto-me o corpo novamente mente-se , pouco actua , cansativo e vazio.
Parto para rua , percorro a estrada ardente , a minha visão fica turva , os carros andam em velocidade alucinante , pessoas , locais , imensidão de gente neste palco da vida ,
eles não passam de criaturas em miniatura sobre os olhares de Deuses do céu.

O meu olhar permanece atento á visão duma mulher de mente disfuncional.
Levanta-se , olha em redor , não sei o que procura ! , ela sussurra por entre as suas palavras , talvez esteja louca , vejo que a sua sanidade mental é diferente de gentes normais…o seu ar é triste , não tem beleza , mas sinto a sua semelhança em mim , estarei louco também ?

Por vezes preferia um sanatório que o mundo exterior…

Tudo são mentes sob pressão , crianças que brincam num recreio sobre chão de sombra , barulhos que ecoam na minha cabeça , quero tanto voltar para o aconchego do lar…continuem a brincar crianças num dia de verão…

Ao chegar ao meu destino , encontro um animal , um cavalo branco de olhar castanho e tão belo…paro o carro e aproximo-me…ele sente a minha presença porém desconfiado , tento tocar no seu pelo , enquanto ele lança um som sobre a minha presença.
Queria tanto ter tua paz criatura que comes a erva da vida…assim me despeço… obrigado pela tua companhia gentil criatura , és mais importante que toda a humanidade.

Agora gostava de sentir um pouco a noite , o tempo custa tanto a passar , o dia , minutos e horas…irei entrar novamente pelo abismo , vazio acompanhado do meu corpo perdido , não tenho controle , a mente bloqueia , as pernas enfraquecem…estou mal de novo.

Passado uns minutos recupero , talvez um pouco de esperança e luz de voltar a adormecer este corpo estranho…o dia passou a noite chegou , agora espero que o dia seguinte seja um pouco melhor , parece tudo tão igual e banal…encontro-me perdido no tempo , quando irei novamente sentir os cheiros , sabores , uma alma nova…?

Amor ilusório

Aquela mulher arrasto-me para o abismo , agora o meu pensar prendeu-se no seu pensar…continuo a balançar pelos seus cabelos vadios.
O amor se transforma em ódio…os espelhos estão reflectidos no seu olhar , pois um dia terá a sua perda de amar…

Não quero saber , não quero sentir , destruição é palavra que procuro na sua dor , eu senti-me mal , fizeste-me mal , agora espero que sofras dentro de mim…

Não se escrevem palavras que nos fazem acreditar , toda a verdade dum sonho que poderia ter sido realidade…não prometas se não podes cumprir , agora perde tudo , o mal que te desejo é a dobrar pelo mal em que me deixas-te…pobre Bruxa de pele mascarada de branco…mentirosa , mentes com todos os dentes que tratas…não vales a pena , o sofrimento que senti por ti…

Escuta agora som do fim , vento que leva pensares distantes do meu coração…
Agora sem que não preciso de ti…as cinzas foram desfeitas , queimem todas as minhas memorias , sentimento que por fim desaparece sobre o teu novo amor…

Nem todos levas com os teus suaves passos de lobo disfarçado de cordeiro…eras malvada , bruxa…mas gostei de ti… , mas agora esqueço , renasço , tu serás o alimento do meu fogo , continua no teu caminho o meu não esta traçado…mudei o destino por ti , mudarei tudo de novo quando e onde quiser…mas tu não , serás sempre prisioneira de ti própria.

Agora estou por minha conta…Adeus suave amargo amor ilusório…ah ah ah !

Agora que a noite se pós


Agora que noite se pôs, procura a inspiração atenta do corpo e alma, nada se sente apenas um desvanecimento de pensamento ilusório.
Procuro por entre palavras exprimir o que se sente, apenas a noite é mais uma companhia dum dia cansado de olhar atormentado, apenas uma visão pouco crente da realidade divinatória.

O tempo não existe, pouco passa, suão, quente como o inferno que me persegue nos caminhos da estrada…nem o mar tem valor, nem a agua cura ou purifica, nem o ar nem vento se faz soprar no meu profundo interior discreto…

Ao passar o cemitério, a luz na se faz sentir, apenas 4 rodas perseguem o caminho, enquanto o meu olhar permanece atento na visão dos mortos, medos crescem, carros passam, pessoas vagueiam pela estrada e eu apenas olho em frente…como posso sentir tão vivos aqueles que já morreram? Enquanto os que cá estão não passam de Zombies palhaços.

Agora já noite, o dia não tem valor, dá-me um pouco de alma, um pouco de sangue, um pouco de escrita ardente…ah ah ah , agora eles estão a renascer de novo , agora os pássaros se escondem entre as árvores , agora as luzes sentem porque a noite assim obriga…

A lua aparece…quero a tua força , quero o teu pensar…tristeza que sinto numa espécie de contentamento.

Não percebo os homens, apenas os animais…um gato que me acompanha a cada escada que desço, um lagarto que ficou seco mas intacto, aquele que peguei com jeito como recordação da sua existência…serei estúpido? Não percas tempo a analisar-me amigo das trevas…apenas tu és o alimento da minha existência…

Por momentos paro , cada pausa, cada toxidade no meu organismo…ah ah ah, ainda te sentes vivo ? então continua escravo do teu próprio corpo , a noite ainda é longa…

Sabores esquisitos , paladares estranhos vagueiam na minha boca , preciso sentir , agarrar algo purificado do meu corpo queimado , daqui a umas horas é dia , por favor se faça noite ! vagueando pelas ruas , vendo pessoas famintas do desejo duma noite bem dormida…somos apenas criaturas mortais á espera de ser salvas…

Vagueia sonhos , vagueiam gritos , sente-se o vazio em certas horas , chega a hora de levantar a poeira e cheiro da noite brilhante com estrelas ou sem estrelas…não quero acordar só quero durar apenas mais umas horas antes de me deitar…enquanto este sonho durar.

Sonho e pensamento


Grito silencio inquietante…
Olhos maléficos !
Serpente escondida , balançar dormente
Oh doce e cruel Feiticeira do Amor…
Escolhi morrer , escolhi o fim , abandonei a casa da bruxa.
Veneno escondido do teu olhar , não percebes que não existe medo ao tentar…
Estou pálido e doente , o olhar da minha mente se transcende e mente ,
Agora não grito não estou crente estou demente !
Percorre as ruas , percorre o Mundo em pedaços de História
Caminhos sinuosos , Inferno…Cheguei ao portão já não quero descer.
No Tempo perdido…encontra agora uma luz , Negra , Clara , mas uma luz…
Os Sonhos se quebraram , o veneno percorre as veias.
Agora só te resta varrer os pedaços que sobraram, e deixar
Rir a crueldade do sonho e pensamento…

A Bruxa


Olhar incerto da certeza de ser preto, os caminhos que percorro na escuridão da tua alma...
pecado o meu ao tentar me deitar sobre folhas pretas que me fazem levitar , agora a estrada é minha , agora as folhas estão secas ,e desço pelo caminho que subi e encontro novamente a bruxa que tenta queimar o meu olhar… , doce lua cheia onde o meu olhar se cruza com o teu brilho , olho novamente para fora de mim e encontro a tua beleza na minha tristeza.
Os caminhos são cruzados , as portas estão fechadas , mas por entre janelas reflecte-se a antiga pedra flamejante…cores e brilho no meu olhar cansado da vida de tanto lutar , procura agora acreditar na minha incerteza de te querer amar…

Corpo

Corpo , não sei quem és , perdi-me nas tuas medidas…
Corpo , pede-me o desejo da tua vaidade , nega por momentos a tua dor.
Corpo , perdido na tua alma pecadora , na tua fase perdedora em minha mente sonhadora…

Porque não te sinto , porque me guias nas horas mortas , porque comandas sem que te peça… , será apenas o cansaço do dia , será fraqueza da hora , apenas tentar chegar agora nas manhãs frias de outrora…

Tudo é interior , reflecte-se no exterior , pálida angustia , derrota , brilho encantador , pequena vela enfraquecida…são sabores de doença , são pensares de tristeza , é apenas a certeza que revela a tua beleza… , não me peças para negar , não me peças para chorar…

Choro
Choro
Choro

Não sinto
Não sinto
Não sinto

Balanço ao sabor da brisa pesada , andares leves , cabeça pesada , olhar discreto , mente distante…sinto o ridículo , mas não importa…pois quando sentes que a tua alma esta morta…

O destino não é profano , a distancia não tem sentido…onde se encontra a força , onde se encontra a hora…talentos perdidos , a alma se fez mostrar por momentos ! , mas a chuva é negra , o vento é forte , destino ao sorte…sopra por momentos pensamentos dementes , devaneios de sementes , criações doentes , a saúde é frágil o planeta chama por ti , locais , sabores , emoções…te peço agora corpo…ACORDA !

O fim não é agora…

Eu quero sentir


Eu quero sentir,eu quero escrever,mas tenho os sentimentos e emoções demasiado atrofiados dentro de mim,não sei se vou me conseguir expressar da melhor maneira,tudo me custa a sair,tudo se transforma na minha alma criando um vazio difícil de suportar…
Nada é certo,procuro o equilíbrio,só ele me faz saber o que esta certo ou errado na minha vida,na minha existência,mesmo vivendo no meu próprio mundo criado á minha imagem,todos os dias me olho ao espelho,muitas vezes não gosto do que vejo,outras vezes sinto orgulho,mas na maioria das vezes reflicto,olho e vejo um homem,um jovem,um velho ! , e quando a luz do meu olhar se reflecte na minha alma,vejo que sou apenas a sombra do homem que já fui…apenas um pedaço duma total figura da humanidade.
Gostava de voltar aos tempos de criança,nessa altura os sentimentos fluíam naturalmente,doce eterna e inocência de criança…que mesmo sabendo que iria crescer um dia,vivia os dias mais felizes da minha vida,sentia felicidade como se ela nunca mais se fosse acabar,mesmo sentindo a dor do crescimento,uma alma mais pura ajudava e fazia o trabalho de fazer-me viver cada dia intensamente.
Porém hoje tornei-me uma pessoa triste…,não tenho a culpa o mundo assim me transformou,eu apenas completei o seu trabalho,a sua obra…porque é nele que vivo e é por ele que tenho de viver,respirar…sentir…amar…
Sempre vive agarrado ao passado,apaixonei-me mas nunca amei,porque tudo o que o quero na vida é viver cada coisa com o amor que é devido,é difícil ,vivi vários estilos de vida,procurei me identificar com cada um deles, vivi ilusões,criem monstros,criem beldades…mas esqueci-me de mim ! , faltei ao respeito a mim mesmo e agora tento remediar todos os erros que cometi…
Quero voltar a viver,quero começar de novo,nem que tenha de cair e levantar-me de novo,foi sempre este o lema da minha vida.
Procuro ser feliz,não sei ! talvez a tristeza seja o caminho para a felicidade.
Ao longo destes anos perdi-me,deixei de sentir sensações,escondi-me atrás do mundo,ninguém me conhece,ninguém me ama,toda gente me odeia porque o silencio mata aqueles que não são capazes de o respeitar…,vivi a sonhar,os sonhos existem?
Não tenho um sonho decente faz tempo…,eles preenchiam-me a alma,repouso agora no mundo dos mortos mas continuo vivo,e devo respeita-los assim como eles me respeitam a mim,e parto nesta viagem sem olhar para trás porque o mundo esta a arder e não me cabe a mim apaga-lo .
Amo o meu país ,amo a minha gente,amo a minha cultura,não importa se ela é negra,se é triste,se é fria…e criarem sim o meu próprio jardim,as minhas próprias flores,o meu próprio canto,porque chegará o dia em que irem colher os meus frutos de dividi-los com alguém…
Eu quero continuar mas preciso de mim,preciso de ti…

Serás capaz ?


Reflicto sobre o meu estado…
Pareço algo fora de mim , sem sentimento no corpo e alma , a mente bloqueia os sentidos das frases , não sei porque escrevo…
Talvez para tentar interiorizar ou exteriorizar de nada em concreto.
Por vezes não sou dono do meu corpo , por vezes até o sinto , receio não estar no caminho certo , mas que caminho será esse ?

Toda a magia deixou de ser real , agora real é os sintomas duma mente disfuncional e incerta , por vezes o bem outra vezes o mal , passo horas paralisado pelo medo , medo ter medo…

Por vezes avanço , talvez seja a necessidade do instinto de sobrevivência , os lugares já nada me dizem , o corpo se leva por levar , a mente pensa por pensar , não posso por vezes lutar contra , mas luto…

Agarro os pedaços de mim , dum cérebro , e tento puder colocar os puzzles que faltam , não estou louco eu sei disso , apenas desconectado com a realidade.

Olho por vezes ao meu redor , vejo os movimentos que passam pelo meu olhar perdido e triste , sinto-me envergonhado , mas deixo-me estar no meu cantinho apenas um pouco a recuperar aquilo que desconcertei , passam carros , passam pessoas , olho novamente e percebo que sou mais um ser no meio de sons de fundo sem sentido.

Sobre umas escadas estão duas bebidas uma que corrói e outra que purifica , escolho as duas , as duas misturadas se fazem acompanhar apenas por um só corpo…

Recupero aos poucos , olho por vezes para o cair da tarde e sinto que posso melhorar , porque mais um dia passou dando inicio a uma noite que irá ser melhor…mas nunca estou certo porque tudo é imprevisível.

Agora sei que sou real , agora sei que não me sinto , agora sei que estou vivo…

Apenas quero sentir algo diferente , mas tudo depende de mim…SENTIR , VIVER , AMAR , Gostar de mim… Serás capaz !?

Assombro


Ontem senti a Morte…
Ontem Senti o fim…

Sentimento estranho do meu pensar numa rua ao caminhar
tentei Chegar a uma porta, tentei continuar…
mas respiração estava lenta, já não conseguia andar…

sentei-me num passeio, tentei apenas respirar
mas a vontade era tanta que não conseguia pensar
por fim recuperei um bocado, tentei me levantar
corri para uma porta, pois só queria entrar…

Sinto-me ridículo, apetece-me esconder
agora não saio à rua, tenho vergonha do meu ser
percebo então, o quanto a alma é pequena
na minha vida e sofrer, não quero ficar aqui…
tenho medo de morrer.

Não encontro significados, só me quero esconder
por entre terra de saudade, aonde me quero ver
o corpo nega-se, tenho de o fazer entender…
que por detrás do Amor, existe a razão de viver…

Chama----me

A Viagem é longa…todos os sentidos levam-me para estradas de prazer , dor e morte.

Olho para os ponteiros da velocidade e mantenho-me atento aos sinais da sorte… , ela não existe é apenas o destino que acompanha-me.

Percorro no escuro da solidão , a lua não se mostra…preciso da tua companhia pois a minha visão transfigura-se a cada Quilómetro que faço , tenho medo…esperas por mim…?

Preciso dum lugar para esconder-me, uma casa, um lar, preciso de fazer amor para espantar a morte.

Ao entrar em terras de saudade, o frio percorre nas veias geladas, encontrei-te finalmente! Mas a minha alma esta cansada…dizes para esperar, acendo um cigarro, mas a minha alma esta tão vazia…Dizes para entrar…, os teus corredores são frios, as portas estão fechadas… suavemente abri a principal, encontrei-te vestida de preto e vermelho, pedes para te despir peça por peça , primeiro as rendas pretas nas tuas mãos, depois o corpete, de seguida as minhas mãos geladas nos teus seios...em frente à tua fogueira sento-me a pensar…, em toda a luz e aconchego pedes-me para te beijar, mas as chamas estão difíceis de adivinhar toda a minha vida e perda de Amar.

Não peças-me para purificar, deixa meu corpo aqui ficar, pois quando a chama apagar na escuridão vou-te encontrar.
BRUXA MALVADA que me deixas-te na escuridão, escuridão mais negra que a minha própria sombra, é preferível continuar a fogueira acesa do que tentar renascer das CINZAS.....pois nelas vou-me deitar e na tua testa beijar.

ACORDA…o fim é já amanhã, passei a noite toda a olhar por entre frestas do teu quarto ,A fogueira era bela…a chama era forte , mas se apagará se não for alimentada…

Caminhos longínquos

Atravessando o caminho junto a ti , paro e vejo no horizonte o Sol que bate sob o asfalto da vida...
Caminho nos meus passos sob os trilhos da floresta , sinto que amo-te eternamente , devagar e agarrado a ti...não tenho medo.
Ao chegar vejo uma casa antiga e um moinho ainda feitos em pedra sob pedra , a visão é magica...existe um campo no infinito da minha mente , erva fresca e vegetação calma num pequeno lago de agua divinatória do amor que sinto por ti...mas perdi-te.
Sentados no chão olhamos o céu de lágrimas que escorrem no teu rosto , e assim beijo-te sem pensar...pois queria continuar a ser o medo do teu olhar.
Perdidos num lugar no tempo nunca senti um fim...mas na verdade estava longe de acreditar no destino que nos foi traçado.
Não me lembro de voltar , parecia que as nossas almas por ali ficaram presas ou seria apenas a minha que não vi partir...
Nada resta pensar , nada resta chorar...sou apenas um Homem como nunca pensou , que um dia amou mas se enganou.

Reflexão

Mente dispersa , engana-me a cada momento…medos crescentes , mas continuo a andar pelos caminhos que me são impostos , cada curva na visão distante da realidade…

Olhar disperso , os espelhos do reflexo , tudo parece até ser uma agradável viagem nos pontos e cantos mais solitários onde me encontro.

A cada canto e espaço , corredores frios…apenas um corpo permanece imóvel no seu estado purificado de aconchego , assim vou pensando e esquecendo o Homem que outrora fui.

Existem sempre lugares onde pensamos que pertencemos , mas que nos encontramos distantes deles , procuramos algo que nos faça sentir mais vivos e com sentido duma vida perfeita.

Ilusão ao realidade , é apenas uma questão de ansiedade…

Agora permaneço calmo e deitado , percebo que mais tarde ou mais cedo iremos dormir todos sozinhos…estamos por nossa conta neste Mundo , percebemos que precisamos de nós mesmos , assim como dos outros e esquecer a nossa figura exterior e olhar mais para o nosso interior.

Alma , será sempre a sua busca…questões e respostas que pretendemos.

Penso agora naquilo que me faz alimentar , percebo que o Amor nem sempre é tudo !

Não precisamos necessariamente de ser amados pelos outros , o Amor esta sempre dentro de nós…

Precisamos apenas de não nos sentirmos tão sós , e é bom ter sempre alguém com quem nos identificamos…sem pressão , sem imposição , sem projectos futuros…

Apenas amar e viver livremente…


Sufoco


Campos agrestes , horizontes…

Pequenos fragmentos que emanam da escuridão do dia , palavras que aclamam os sonhos da chama acesa , luz interior difícil de encontrar por entre partículas quebradas e impostas nas veias da amargura…

Serpente escondida , veneno sublime da paixão na mente esguia do olhar penetrante de ponta brilhante da solidão.

Este chão que piso , sinto o pulso da vida mas é apenas um sonho de ilusão que engana a mente sem dor nem razão…

Ar de sufoco , respira Alma destroçada !

Engano-me na multidão em sons de fundo , queria sentir mas o corpo não deixa…aperto do coração a todo o momento nesta falsa inquietação abandonada num tempo e espaço , esqueço por momentos que não existo.

Sinto-me tonto , num sentimento desfaleço no meu abismo pouco fundo mas imenso de qualidade negativa…o fim do dia , noite solitária desejada de pouca ansiedade sem descanso , não tenho paz , nada flui por entre a cama fria ou tecido adoentado do corpo que pesa sem emoção.

A minha visão desfocada podia ser por momentos um corpo imaculado , custa tanto aguentar…só resta-me esperar pelo amanhã que não existe…

Não existe…

Fuga do presente e passado.

Nas horas eternas da mente esgotada secam as minhas lágrimas , tenho tanto medo de apagar a vela enfraquecida…uma noite bem passada seria uma solução…mas uma pergunta ?

Amor seria a resposta…


Palavras sonantes


Treme o corpo , balança o sol em raios de esperança vinda dum céu imaculado , pequeno trilho onde uma alma percorre um sentido pequeno á procura de alguma felicidade.

Novamente sozinho numa cave aprisionada de tecnologia que acompanha a minha visão ensanguentada na fresca manhã de domingo.

Cantos só nossos , precisamos procurar algum conforto quando tudo falha…

Gostava de sentir mais o ambiente que envolve-me , libertar-me dos pensamentos deprimentes neste corpo que faz-se pagar pelas minhas acções numa só mente.

Não sei porque fico nervoso , não sei que insegurança bloqueia a minha mente , mal consigo falar e expressar algum sentimento sem estar tenso…

Medos tomam conta de mim , aguento mas luto a todo o momento sob esta doença estúpida…

O que procuro ?

O que preciso ?

Vivo por viver sem tempo nem gloria , quem será a minha companheira nesta viagem , quem pode suportar tal corpo cansado e mente amedrontada.

Permaneço imóvel e intacto de memoria apenas como um disco que toca a mesma musica , não parece ser uma agradável visão na escuta dos sons que aclamam a noite diabólica insana de vaidade grotesca.

Danças e paisagens revelam a tristeza em ruas sem nome onde escorregam dos meus pés a calçada de negro assombrado.

Passo a passo sinto o frio que entra dentro de mim , abrigos escondidos ás portas do Coração…quentes florais na mesa alaranjada em terra firme.

Poder das palavras e musica sonante , um copo e uma garrafa…todo um vazio duma vida afogada na ilusão.

Esquece por momentos a voz da solidão e ouve nos corredores os meus passos até á porta que range ao abrir , pois quero-te cantar uma canção…

Agora deitado na tua cama , o escuro do quarto , enquanto dormes eu penso em ti…o fim.


Sentimento recíproco


Sinto uma tristeza , amargo rosto calmo e sereno…

Tento perceber o teu olhar mas pouco consigo manter o meu ao alto…

Carinho e ternuras , sentimento recíproco , não estou a conseguir dar , como será o toque da nossa pele pois sinto que precisas do meu toque e aceitação…

Estou tão frio e distante , ausente de emoção , talvez um dia semeio duma vez para depois colher as recompensas.

É difícil , sei que não sou a pessoa que vês , sinto já não ser eu mesmo , a tensão que prende a minha vida e pensar , a minha personalidade…controlo a todo o tempo esta prisão dentro de mim mas canso-me por entre os dias doentes e sem sentido.

Magia do ar , Castelos alcançados na visão dos meus passos , assim continuam a passar mais umas horas do dia , vejo o pôr-do-sol tento alcançar as suas cores belas enquanto guio pela estrada dura da minha realidade.

Vejo as veias que tens nos pulsos , procuro que identifiquem-se com as minhas , pareces ser bonita e cheia de amor dentro de ti , malha quente que veste o teu corpo , cabelo preto castanho escuro e mais uma vez o meu olhar não consegue-se fixar-se ou sentir…

Olham para mim de forma estranha , será a minha figura importante aos olhos dos outros…, tudo parece estar perfeitamente bem de saúde e eu perdido á procura de algum conforto , necessito a toda a hora de sentir-me em casa.

A toda a hora o meu corpo parece prestes a rebentar , sempre a fraquejar e afundar-se em terra , lama , líquida e fria morte anunciada…duro assim as horas que são precisas no penetrar da noite acariciada.

Alcançado a amizade dum animal que desconfia dos teus actos e vontades , se conseguires a sua atenção e confiança tornas-te num ser belo e bom para ti próprio.

Chegando ás luzes da cidade , olhamos em redor…cheiro do entardecer , o frio que sente-se e acompanhados um pelo outro caminha-mos…pois só nos restam poucos minutos , ouve-se o pronuncio quando nos aproximamos dos portões.

Resta-nos pouco tempo para continuarmos juntos , rindo como duas crianças patéticas para enganar o sentimento de partida…paro de escrever , sei que o teu sentimento não é recíproco…

Tudo desgasta-se em mim…

Eu não quero saber porque parti , pois só quero deixar de pensar em ti.


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