Pelo teu olhar doce numa alma em mim vazia
perco-me no teu silêncio numa noite sombria
Pelas ruas da minha amargura sinto-me tentado queria…
Todo o meu ser, toda a minha vida , toda a minha sabedoria
Busco o meu ser a minha identidade
Busco a verdade a não negação
Perco, sujo sinto-me feio
Perco, naufrago é toda a minha vontade…
Por Caminhos que vão dar ao nada…
Por Caminhos que fazem mover
Por paragens que fazem acreditar
Por paragens que fazem morrer
Onde encontras a minha alma
Consegues acreditar na sua dor…
Consegues criar o Amor…
Pretendes deixar-me no calor…
Moves-te sem que consiga ver
Percorro toda a tua magia e razão viver
vejo no espelho da solidão
vejo tudo mesmo na escuridão
Olhar triste o meu
Corpo maltratado o teu
Alma vai e volta
Alma já esta morta
Corre , corremos , vivemos , morremos
Mente , diz a verdade , escuta os sinos…
Sente o vento , sente a vida
Sente , acredita , morde , belisca
Mede a capacidade da minha dor
Escuta a capacidade do Amor
Mente mesmo se sentires ardor
Ama mesmo se não tens valor
Sombras das árvores, as árvores que choram…
Mentes porque sentes queres dizer agora
Olhos tentam esperar a hora
Dor que tenho , busca-me , adora-me
Pelas sombras do meu passado procuro-te na noite
Pelas gélidas manhãs procuro o brilho do teu olhar
Ao chegar a tarde perco-me na imensidão do meu vazio
No fim do Mundo reencontro-me no silencio do meu passado…
Pelo livre Homem que sou…
Descubro que existe algo que prende-me
Talvez seja a memoria , talvez a fraqueza do meu passado…
Mas no fim serei e sou sempre um Homem Livre mas acorrentado
Alma acorrentada a minha , triste paisagem deu…
Penas que percorrem a ternura do teu corpo
Uivares cantando no seu silencio da noite
Marcas , feridas são os destinos dum sopro
Perdi-me no olhar da tua alma
percorri caminhos torturosos...
Enchi-me de sonhos , porem desfeitos
Perdi-me no Amor , num Mundo de Mortos
Os Teus cabelos em nada são perfeitos
As Tuas mãos em nada são carinhos
A Tua Boca em nada diz ser certo
A Tua Alma em nada vê Perto
Fujo , serei fraco na minha acção
Fujo , serei forte na minha paixão
Fujo , terei Amor na imensidão
Fujo , porque nunca terei o teu coração
São ruas , são caminhos frios que percorro
São pessoas que vejo na escuridão
Olho para horizonte , caminho em vão
procuro-te, encontro-te no meu coração
Entre horas de ansiedade
Por entre terras de saudade
Olho e vejo a verdade
A tua face a tua vaidade
Buscas a verdade a essência da vida
Buscas a maldade a crueldade do sonho
Perdes-te na idade , na tua ira
Veste-te de loucura , verdade mentira
Pensei um dia , não fui capaz
Perdi-me na hora de ponteiros mortos
Cansado da vida eu temia
A vontade , dormia em tempos remotos
Sonhos desfeitos no teu olhar
Desgostos sombrios nos teus caminhos
envolve-me, nega o teu pensar
Percorre , faz-me carinhos
Serei eu apenas o pensamento da tua vida
Perdes tempo em pensar
Trilhos de angustias e saudade
Caminhos , sentimentos no ar
Nego os meus pensamentos , nego a minha vontade
Sinto o medo e receio , por entre dor e saudade
Olhei o rio e vi, o espelho da luz a bondade
Criem o Mundo e vi , não receio não tenho idade
O Vazio não passa duma mentira , que nos provoca a vida
Cada momento vazio , preenche-me na tua ferida
Talentos perdidos entre as noites sofridas
Palavras , sentimentos , de mim zumbias…
Loucura a tua do teu andar
Perdi-me na rua do teu pensar
Cai , esqueci procurei amar
perdi, morri fiquei a tentar
tremo agito-me , peco-me
toca-me só assim desperto
beija-me mesmo senão estiver certo
Ama-me , provoca-me de perto
Belos veludos os teus
Belos e imperfeitos sabores
Tentas negar a minha dor
Tentes provocar-me no Amor
Por detrás de caminhos escondidos
Por entre o incenso de saudade
Mostro ao mundo meus passos
Torno-me na paz na verdade
Fogo e gelo , dentro do meu corpo torturado
Mal sina meu destino traçado
Noites sem rumo nos olhares esgotados
Prefiro viver a ser mal tratado
Escura e húmida , doce pálida face
Torno-me a alegria do teu encanto
Corro para ti , se o teu amor mostrasse
De ternuras me ria se o meu olhar tentasse
Ondas em ti percorre-me nas almas
Chuva sem fim no acolher do Norte
Buscas em mim a verdade não morre
Procuras por ti , acolhe-me no forte
Frágil dama de interior discreto
Falso tremor no meu canto desperto
Sombra da duvida pelo cantar incerto
Outrora enfim no meu leito no feto
Flores , nunca as dei
Amores , fugi morri bem sem
Palavras criem e Amei
Sentimento senti por ti , beijei…
Cores negras no meu passado
Cores belas na tua alma
Preto e branco pois nunca pensei
Que tua mágoa em mim testei
Unidade , isolamento atrás da face oculta
Palavras , olhares , visões distantes
Perdas e esperanças , luares e bruma…
Mente permanente em lugares errantes
Olho o céu vejo a luz…
Perfeita cor de azul encantado
Tentei esconder-me da minha face tentado
Percorri a janela no meu canto amargurado
Busquei a perfeição de preto dourado
Cai na minha ferida no luar amado
Tremi no leito do teu corpo balançado
Olhei a lua e virei as costas , sofrendo ao teu lado...
Brilho inadequado ao meu olhar
A brisa do vento enraivecido
Lua cheia eu queria alcançar
Perdas e esperanças em rosto adormecido
Segue os passos da tua vontade
Ergue os ramos da nossa saudade
Permanece imóvel na tua bondade
Chora em paz na minha vaidade
Pedaços aprisionados na colina sagrada
Olhar triste ás portas da santidade
Consigo ver que sentes saudade
Loucuras da vida , a alma cansada
Embarcado fecha o circulo
atento ao olho de vitral
quebrando os contornos aguçados
em pedaços de cristal
Costuras do corpo sem dor
Criação da beleza impiedosa
Lábios gretados de sabor
Ao longe a vista saudosa
Calmo húmido anoitecer
Balança a seda da tua aura
Pingos de ternura fazem-se mover
Na escura noite da nossa alma
Conquistas das mentes quebradas
Lançam chamas azuis douradas
Paladar ausente da emoção
Na terra ardente da solidão
Chego da viagem da estrada triste
Avisto horizontes de pedra
No asfalto preto tudo consagra
No meu olhar o futuro existente
Vento suave sobre a vela
Agita a rua chama ardente
Perfeito contorno e singela
Permanece a luz da noite crente
Aguenta mais uma noite
Espera por mim no sussurrar
Palavras esquecendo a morte
Doente adormecer ao luar
Rastejo em chão estragado
Sinto medo e piedade
Procuro um canto sagrado
Encontro a luz da verdade
Contornos inibidores
Passam nos corredores solitários
Não sentem sabores nem dores
Dormem em quartos ilusórios
Horas que significado alcançam
Tristezas e dez amores
Vivos na fogueira dançam
Abrindo as portas de mil cores
Que tristeza a minha ao acordar
sinto que a noite não me abraçou
caminho fraco sem pensar
nos meus ternos olhos o lago secou
sentimentos custam a soltar
prende-se a alegria e o choro
alma vazia de pranto a chorar
num esboço pintado de oiro
como a vida segue nas ruas
arcadas perdidas no Outono
belas luzes em redor das tuas sedas
no tempo escasso e num profundo sono
ansiedade doida nas noites negras
ao longe bate a chuva das dores
chega perto cobrindo as vidraças
nos cumes e vales inibidores
velho e cansado o jovem doente
bengala amiga acompanhada de tristeza
ar que respiro comovente e ausente
vento que sopra de eterna beleza
perdidos vagamos nas ruas
fumo invisível do nosso encanto
procuramos luares e brumas
descobrimos a dor e pranto
neve de inverno na vila
como gostaria de sentir
ver a nossa manhã e cobri-la
no manto velho surgir...
tenho frio e sinto medo
gela o corpo em portas cristalinas
preciso dum abraço sentido
nas noites inquietantes e sofridas
tudo escapa-se das nossas mãos
como a areia no deserto
agarramos pedaços do coração
num mundo desfeito e incerto
velas das noites solitárias
o silencio dentro do nosso próprio ser
criamos espaços iluminados de vivências
como quem abraça o entardecer
calma estas na tua cama
ausente do meu corpo
gostava de ter a tua calma
como quem sente um sopro
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