domingo, 29 de agosto de 2010

Feridas Negras

Demónios e Necromantes estão entre nós enquanto dormimos solitários nas florestas perdidas... Chamamentos e nevoeiros calmos espalham-se pelas terras gélidas da manhã , guerreiros no cimo de pequenas colinas surgem com as suas sombras e raios de sol enfraquecidos.

Pântanos sedentos deixam para trás os objectos da tortura , caminho lentamente por águas quentes e misteriosas...ferida de Deus anuncia ventos libertinos trazendo consigo o cheiro da peste agonizante da historia...

Corvos pendurados e seus curativos de morte...já nem covas com cadáveres nem corpos queimados anunciam a nossa chegada...mulher de olhar astuto renunciando a oração...assim por entre festins do tempo cai a noite e renasce o luar...

Nesta noite eu conheço a tristeza , sofrimento que adormece os meus sentidos...mato lentamente a espera numa impune lamina que trespassa um amor amaldiçoado...maldição dos propósitos da vida que fazem passar os meus anos.

Torno o meu coração insensível envolto de sombras e historias passadas de amor de ódio e vingança...erguemos a espada em nome de Deus tentando entender o poder da oração e salvação...bruxas de olhar assustado assim sejam relembradas nas minhas memorias queimadas !

Busco a verdadeira cega de paixão...aquela que um dia caminhara nos cantos desconhecidos do meu coração...

Sim tu !

Traição de mulher amada , pois entendo cada ferida negra do teu corpo que se aconchega num caixão de madeira velha...

Apodrece a minha alma enquanto crescem os teus cabelos de insanidade , espero mais um dia e outro dia...quando estarei junto a ti ?

2 comentários:

Daniela Rizzon Mochon disse...

Nossa...
és o navegante dos mares oníricos, o suspiro abissal que o velho moribundo vocifera, ao desprender-se da matéria, ao romper o hímen do silêncio profundo...

o gótico está em si, em suas palavras, em seus sentires...

beijin,
dany!

Daniela Rizzon Mochon disse...

tanto quanto os contos de Álvaro de Azevedo....que amo!!!