quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sabedoria das memórias

Perseguem-se acorrentadas na minha visão danças severas translucidadas de imaginação...
Adormeço por vagos momentos neste cansaço que me leva a cair numa respiração incerta e assustada , quero sentir e revigorar este corpo de mentira que se ergue na vergonha decadente e sem emoção.

Aonde se encontra a saída deste túmulo frio que me prende num fundo sem aviso em suas sombras,uma energia monstruosa se levanta da terra electrificada condutora de morte...raio de poder nas criptas duras que absorvem chamas iluminando a noite num azul brilhante da mente.

Falsidade a cada lugar que vou , cinismo no sorriso penoso em suas farsas , a maldade é a sua desgraça...oh que me agarre e que se desfaça.

Perdi o controlo...
perdi e esqueci a sociedade cega nas suas mentiras...
vivem-se sonhos reais e celebram-se as estrelas de sabedoria infinita.

Suavemente venham-me ver cair pelas agrestes e imperfeitas trepadeiras escondidas...
Venham admirar este raio de sol que trespassa os ramos cruzados da imortalidade , observem a minha queda reinventada em poços secos que me inundam de vazio , lancem sorrisos sobre a minha forma sombria que se desfaz numa figura fina de cor.

Agora já é noite...esta noite em que esqueço os momentos passados no inferno , como por vezes tudo muda com o tempo...onde estive até agora ?
Sinto-me lançado num abandono calmo , esquecido pelos demónios do passado e agarrado as sombras do futuro...isolado neste circulo que se levanta suavemente em direcção ao topo dos sonhos.
Envelheço e encontro-me comigo próprio , já senti o fim inúmeras vezes como um habito rotineiro dos meus dias , mesmo assim continuo a ter medo...

A minha pele transforma-se na sabedoria das memorias perdidas do presente , alcanço pequenos momentos felizes por cada mudança silenciosa que se agita na minha alma , sinto a brisa que passa e o calor que me transpira revelando as suas curas naturais...largo alguns pesos e acumulo novas ideias.

Livre e vulnerável...

Sentado num canto penso...faz-se silencio nas pausas do mundo , sinto um corpo que sobrevive para se encontrar num espaço e tempo...analiso como a vida passa por nós neste murmúrio esquecido em quatro paredes.

Pode ser tudo tão belo
Pode ser tudo meu
Sou cada dia mais humano na busca deste infinito desconhecido...

Mas...

A pele fina junta-se com os ossos da mortalidade.

2 comentários:

Anónimo disse...

Impossível ficar indiferente à pureza e sentimento que as tuas palavras libertam...
Aprecio imenso a tua forma de escrever, acima de tudo, pela sinceridade e humildade na forma que descreves o que sentes.
Por vezes também sinto assim...

Deixo-te um abraço e a certeza que voltarei para te ler.

.●.※゚・.•°∴ .•☆☥Nath☥☆.●.※゚・.•°∴ .• disse...

Muito lindo...suas palavras são grandiosas...tocaram o meu coração!!!
Achei o seu blog super interessante...voltarei mais vezes...já estou seguindo!!!!
Beijos