Acordados numa súbita vigília da noite , percorre por mim suaves momentos de apatia...terna apatia sem sentido como a perda fraca do sussurrar conspirado nas lamurias do passado.
Alma que se mente...porque continuo a acreditar em ti ?
Perdida estas em mim num longe renascer do olhar...
Respiração pobre que abafa a minha vida...perdi anos e um futuro construtivo...alimentam-se as esperanças e os falsos testemunhos , herdei culturas e pensamentos de terceiros como heróis quebrados nas suas viagens intemporais.
Sou a morte terminal
A mentira do amor
O corpo rígido surreal
Permanecido na dor
O vomito da boa disposição que saboreia as horas perdidas do coração...
Eu desci bem fundo na minha doença obscura da solidão , trago e levo oração nas assas fracas do entardecer...
Seguem-se momentos de fina luz que iluminam os rostos da noite , erguem-se olhares assustados na direcção duma terra oculta carente de emoção distante...
Distantes os meus pensamentos que me levam até ti...até mim , pintas as cores que te vão na alma num céu aberto de orgulho...tela branca a colorir o teu abstracto oculto por mim esquecido.
Assim se faz noite
Assim se seguem as horas
Buscas dos dias em pedras esculpidas...
O rumo nem sempre é certo
O risco nem sempre compensa
Quando a energia quebra ao acordar...sem que nela possa acreditar , doce respirar , corpo perfeito da saudade...faz-me sentir de novo os dias de amor eterno.