domingo, 21 de março de 2010

Pecado Ancestral

A Gift of a Thistle

O som vagueia pela nossa mente numa noite estagnada de inspiração...
Quarto solitário de portas imaginarias nas mais calmas saudades , animal deitado e atento a cada compasso e nota musical...alisando o seu pêlo brilhante nos olhos de diamante que surgem ao amanhecer.

A minha alma selada como um muro pesado e escuro...
Áspera de pontas salientes e curtas , desfaço-me num sonho em busca da realidade a cada canto quebrado...
Respiração duma vida , adormecemos na mais pura verdade das melodias , alimento o meu choro retraído nos sentidos do meu olhar...não voltarem a sentir o pulso da vida como nos tempos de inocência que me puxaram para um solo fundo de sangue.
Paginas dum caderno que se desfolham...olhares atentos que pisam...palavras secretas que se escondem fora dum alto e misero silencio numa sociedade que em mim se esconde.
Existem gritos da historia que não se discutem mas que ecoam nos céus da realeza , manto da escuridão que rasteja nas sombras do coração.

Distante viagem...estradas abandonadas que me guiam na tua direcção.

Morrendo de pé numa berma desprezada , seguem esqueletos abandonados para longe horizonte , destroçando caminhos imperceptíveis numa luz que nos encadeia...desfocada na serenidade dos meus dias.

Mundo escondido que não consigo alcançar , vivo da historia e dos passados ancestrais...
Numa rua me deito...
Numa rua adormeço...
Os passos da manhã numa infinita sombra que se esconde ao acordar...tu renasces , cantas , danças no meu pensamento...eu no meu abrigo pálido sempre me esconderei.